Graciety Gomes, de 22 anos, sofre de uma deficiência nas pernas desde os 15 anos de idade, e apesar de já ter obtido uma junta médica para tratamento em Portugal, a jovem continua sem o apoio necessário e enfrenta dificuldades no dia a dia.
“Eu nasci bem, mas quando estudava na oitava e nona classes comecei a ter dificuldade em caminhar. [A deficiência] apareceu de repente e, com o passar do tempo, a minha prima acompanhou-me às consultas para tentar perceber o que se passava comigo”, contou a jovem à RSTP.
Desde então, Graciety enfrenta grandes dificuldades para se deslocar e realizar tarefas simples do quotidiano. Segundo contou à RSTP, seguiu “todas as orientações médicas” à risca e, mais tarde, recebeu um papel da junta médica para ir a Portugal para o tratamento, mas o processo acabou por não se concretizar, devido a negligência dos seus pais.

“Quando passaram o papel de junta, mandaram-me tratar de todos os documentos e os fiz, quando chegou o momento de ir, minha prima é que queria me levar porque ela que seguiu a consulta comigo, então, estavam a pedir assinatura dos meus pais, e sem assinatura deles eu não podia viajar, e quando pediram a minha mãe para assinar, ela começou a fazer bastante escândalo a dizer que a minha prima não pode me levar, e sim ela que me pariu”, relata.
“Porque se não for a minha mãe a me levar, então eu vou ficar, então depois de tanto escândalo, o médico disse se for assim, melhor eu ficar”, completou.
Atualmente, Graciety vive em São Marçal, distrito de Água Grande, com a filha de dois anos e continua a lutar pela sobrevivência, enfrentando sérias dificuldades financeiras e de mobilidade.

“Eu passo bastante dificuldade, porque eu não consigo caminhar com muita velocidade. Para caminhar, eu tenho que apoiar na parede, porque não consigo caminhar sozinha. Segundo o médico eu preciso de uma canadiana para me ajudar na movimentação, porque o problema que tenho, deve ser alguma pancada que sofri quando era mais nova”, afirmou a jovem deficiente.
Com esperança de um dia voltar a andar, a jovem mantém o apelo por apoio e sonha com a possibilidade de receber o tratamento que há anos aguarda.

“Se aparecer alguém para me ajudar, a única coisa que tenho a dizer é que Deus é que tem que pagara a pessoa. Se alguém quiser me ajudar, depois de assistir essa entrevista, eu só tenho de agradecer e colocar tudo nas mãos de Deus, porque eu mesmo não tenho como pagar a pessoa. Se me arranjarem a canadiana, eu consigo locomover para qualquer lugar, e isso me facilitará muito”, apelou Graciety Gomes.

“Eu não sinto dores no joelho, mas na coluna. Medico me disse que eu tenho que viajar para tratamento médico, para fazer operação na coluna para saber onde tem problema. Segundo o médico, é pancada que está na minha coluna e para isso, não posso fazer operação em São Tomé, tem que ser em Portugal”, acrescentou.
Apesar de já ter feito várias consultas, Graciety afirma que ainda não recebeu uma solução definitiva para o seu problema de saúde.
