Barbeiros da Avenida Geovani contestam tentativa de despejo

A RSTP tentou ouvir o dono da obra envolvida na polémica, mas, segundo os funcionários, o mesmo não se encontrava no local.

Sociedade -
Rádio Somos Todos Primos

Um grupo de barbeiros que trabalha há vários anos num edifício situado na Avenida Geovani denuncia uma tentativa de despejo e a alegada venda ilegal do espaço, que há décadas garante o sustento de diversas famílias e pede a intervenção das autoridades competentes para a resolução do conflito.

Segundo os barbeiros, há cerca de três meses surgiu um alegado proprietário da infraestrutura, que deixou um ultimato para que abandonassem o local.

“Eu trabalho cá há 17 anos e, há aproximadamente três meses, apareceu um indivíduo que diz trabalhar num supermercado e afirma ter comprado o espaço. Mas a proprietária do imóvel não o vendeu”, explicou Deny Silo, barbeiro.

De acordo com os trabalhadores, meses atrás foi estipulado um prazo de 15 dias a um mês para abandonarem o espaço. Contudo, recusaram-se a sair. Esta quarta-feira, dia 12, foram surpreendidos com uma equipa que começou a fazer marcações no pavimento e a retirar os telhados para dar início a obras no local.

“Eles ausentaram-se, mas voltaram há cerca de um mês e estão a tirar medidas”, acrescentou Deny Silo.

Os barbeiros asseguram que o edifício tem uma proprietária legítima, que detém um documento com validade superior, e acusam os supostos novos proprietários de falsificarem documentos recentes.

“Segundo o nosso advogado, numa deliberação do Tribunal, quem deve ficar com o património é quem tem a data mais antiga”, afirmou Luís Varela, barbeiro.

A situação, segundo os trabalhadores, ameaça o sustento de várias famílias.

“Trabalhamos nove pessoas neste espaço. Há quem esteja aqui há mais de vinte anos. Então, como podem aparecer e querer desempregar-nos? Somos pais de família. Isto pode dar em morte. O Tribunal deve resolver esta questão”, disse, indignado, Deny Silo.

O sentimento de revolta é partilhado por outros trabalhadores, que pedem intervenção das autoridades.

“Num país onde dizem que não se pode deixar ninguém para trás, parece que há um grupo com autoridade e poder financeiro que escolhe quem quer deixar para trás”, lamentou Inácio Pires, taxista.

A RSTP tentou ouvir o dono da obra envolvida na polémica, mas, segundo os funcionários, o mesmo não se encontrava no local.

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