Américo Ramos declara-se candidato a presidente da ADI “pela unidade e renovação” do partido

Para Américo Ramos, “isso demonstra que o partido está a despertar, a valorizar a diversidade de ideias e opiniões e a fortalecer os seus mecanismos internos”.

País -
Rádio Somos Todos Primos

O primeiro-ministro, Américo Ramos, declarou hoje que é candidato à presidente do partido Ação Democrática Independente (ADI) do qual foi secretário-geral, “pela unidade e renovação” do partido atualmente liderado pelo ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, que tem sido candidato único.

“Quero assumir publicamente que sou candidato à liderança do ADI. Faço-o com sentido de responsabilidade, espírito de serviço e com a firme convicção de que o partido deve estar unido, forte e preparado para os grandes desafios que o país atravessa”, declarou Américo Ramos numa publicação no Facebook.

Américo Ramos realça que participou no Conselho Nacional da ADI, realizado no domingo, “onde foi definida a data do congresso eletivo para 4 de abril de 2026”.

A reunião, que decorreu à porta fechada, foi presidida “online” por Patrice Trovoada, que está ausente de São Tomé e Príncipe, desde que foi demitido do cargo de primeiro-ministro em janeiro.

Na sua publicação, Américo Ramos refere que o Conselho Nacional “foi um marco, permitiu, pela primeira vez, que todos pudessem expressar livremente a sua opinião e apelou à unidade”.

“Depois de mais de 17 anos, o ADI tem desta vez mais de uma candidatura declarada à liderança do partido — a minha e a do colega Abnildo de Oliveira [atual vice-presidente da Assembleia Nacional] — e poderão surgir mais candidatos”, lê-se na publicação de Américo Ramos.

Para Américo Ramos, “isso demonstra que o partido está a despertar, a valorizar a diversidade de ideias e opiniões e a fortalecer os seus mecanismos internos”.

“É isto que sempre defendi: um ADI onde todos contam e onde o debate constrói, em vez de dividir. O meu compromisso permanece inalterado: trabalhar pela unidade, pela renovação e por um ADI preparado para liderar o país com responsabilidade e visão. Seguimos juntos, com respeito, maturidade política e esperança no futuro”, refere.

Américo Ramos foi ministro das Finanças (2014-2018) de governos do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, secretário-geral da ADI (2020-2022), Governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe (2022-2025), além de outros cargos, nomeadamente assessor do ex-Presidente Evaristo Carvalho (2019-2021) e diretor do Orçamento (2001-2009).

Foi escolhido pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, para chefiar o Governo, contra a indicação da direção da ADI, após demitir, em 05 de janeiro, o executivo de maioria absoluta liderado por Patrice Trovoada.

No Conselho Nacional realizado no domingo, a Ação Democrática Independente (ADI) aprovou uma moção de confiança ao ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada como líder do partido, orientando-o a promover a coesão interna e aconselhar o Governo, do qual se tem demarcado desde janeiro.

Segundo o documento, o Conselho Nacional também conferiu “poderes ao presidente e à direção do partido para aconselhar e acompanhar de perto o Governo na execução do seu programa, assegurando que este não se afaste dos princípios, objetivos e compromissos eleitorais do ADI, mantendo assim a confiança e o alinhamento entre o partido e o Governo”.

O Conselho Nacional da ADI também instruiu o Governo “a apresentar à direção do partido, até ao final do mês de novembro, um relatório de atividade referente aos seus primeiros 10 meses de exercício, bem como a proposta de Orçamento Geral do Estado para 2026, para análise e apreciação política, e partilha de informação”.

Por outro lado, os conselheiros da ADI instruíram a direção e o presidente do partido a apresentarem uma proposta de atualização dos estatutos, “visando melhorar a democracia interna, a transparência e a eficácia de execução das decisões partidárias”, e marcou o congresso para 04 de abril de 2026 para a designação do candidato da ADI às eleições presidenciais de 2026.

O partido reconhece que está a viver momentos difíceis desde demissão do Governo de maioria absoluta liderado por Patrice Trovoada em 05 de janeiro.

“As ambições pessoais e egoístas, e os cálculos políticos de curto prazo não podem comprometer a missão histórica do maior partido do país e não são dignos da nossa história desde o nosso surgimento”, lê-se na moção de confiança e estratégia eleitoral da ADI.

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