Controladores aéreos são-tomenses anunciam greve e desaconselham voos para São Tomé e Príncipe

Na nota de descontentamento, datada de 11 de novembro, o Sindicato sublinha que o memorando inclui, entre outros pontos, “o pagamento do subsídio de licença aeronáutica, cujo pagamento havia sido devidamente autorizado” pelo primeiro-ministro “e posteriormente desautorizado, cedendo a pressão de outro sindicato”.

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Aeroporto Nuno xavier

O Sindicato dos Controladores de Tráfego Aéreo São-Tomense (SINCTAS) anunciou hoje uma greve a partir das 7 horas de sexta-feira e desaconselhou voos para São Tomé por razões de segurança, segundo comunicado enviado à RSTP.

“Na sequência do pré-aviso de greve, datado de 11 de novembro de 2025 […], não tendo chegado à um acordo com o governo, nestes termos, o SINCTAS – Sindicato dos Controladores de Tráfego Aéreo São-Tomense, vem através da presente missiva informar a todas as companhias aéreas que operam no país, que estaremos em greve a partir de sexta-feira, dia 21 de novembro pelas 07 horas”, lê-se no comunicado.

“Nesse sentido, o SINCTAS desaconselha a todas as companhias que por razões de segurança operacional a voarem para São Tomé”, acrescenta o SINCTAS no documento enviado à Lusa às 22 horas de hoje.

No entanto, a RSTP teve acesso a uma carta enviada pelo SINCTAS ao primeiro-ministro Américo Ramos, onde expressaram “profundo descontentamento” face ao não cumprimento do memorando assinado com a direção da Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea (ENASA), “que contou com a mediação do Governo”.

Na nota de descontentamento, datada de 11 de novembro, o Sindicato sublinha que o memorando inclui, entre outros pontos, “o pagamento do subsídio de licença aeronáutica, cujo pagamento havia sido devidamente autorizado” pelo primeiro-ministro “e posteriormente desautorizado, cedendo a pressão de outro sindicato”.

“O SINCTAS considera esta atitude, uma clara desvalorização do diálogo institucional e uma quebra de confiança nos compromissos assumidos com os profissionais do controlo de tráfego aéreo, que diariamente asseguram a segurança e a soberania do espaço aéreo nacional”, lê-se.

“Por tratar-se de um direito adquirido, o SINCTAS apela o imediato cumprimento do memorando de entendimento na sua totalidade e o respeito pelas decisões previamente acordadas e formalmente assinadas entre as partes, incluindo o pagamento do subsídio de licença aeronáutica, visto que trata-se de um direito adquirido”, acrescenta o sindicato.

No mês de julho os controladores de tráfego aéreo são-tomenses suspenderam uma greve, após promessa do Governo de melhorar a tapagem de buracos na pista, adquirir viatura de bombeiros especializada e melhorar gestão de recursos humanos.

Já no dia seis de novembro os funcionários ao Sindicato dos Trabalhadores da Enasa realizaram uma greve de menos de 24 horas, que só foi suspensa após intervenção do primeiro-ministro Américo Ramos, que se deslocou ao local para negociações diretas com o sindicato, abrindo portas para um acordo com a promessa de pagamento de subsídios grevistas.

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