Aprovado o projeto final da COP 30, mas  sem menção às energias fósseis

Apesar da ausência da referência aos combustíveis fósseis no documento, todos os grupos na COP30, exceto a União Europeia, já tinham na sexta-feira à noite aceitado aprová-lo.

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Os países reunidos na Conferência do Clima COP30, em Belém do Pará, Brasil, aprovaram o projeto final de acordo sem menção às energias fósseis e querem ver triplicado o financiamento para a adaptação climática dos países em desenvolvimento.

Segundo o texto publicado hoje, o projeto final do acordo entre os cerca de 200 países na conferência climática da ONU, no Brasil, não contém nenhuma menção explícita às energias fósseis, contrariamente às solicitações de muitos estados, incluindo os países europeus.

O texto, que tem ainda de ser aprovado por consenso na sessão de encerramento que decorrerá ainda hoje em Belém, apela à triplicação do financiamento para a adaptação climática dos países em desenvolvimento nos próximos 10 anos.

O documento prevê ainda a instituição de um diálogo sobre o comércio mundial, uma novidade nas negociações climáticas. A China, que lidera a revolta dos países emergentes contra as taxas de carbono nas fronteiras, fez disso a sua prioridade, juntamente com outros países exportadores.

A ministra do Ambiente de Portugal, disse que o roteiro para o abandono dos combustíveis fósseis não será esquecido e voltará a ser trabalhado.

“Há a promessa da própria presidência brasileira – que nos disse que aqui teve de ser neutra, porque era a presidência, – de no próximo ano promover reuniões internacionais no roteiro dos combustíveis fósseis e na floresta, portanto isso não vai cair”, disse a ministra do Ambiente de Portugal, Maria da Graça Carvalho aos jornalistas após sair de uma reunião das delegações da União Europeia na conferência do clima de Belém, a COP30, em que foi acordado aceitar o texto final da presidência brasileira.

O roteiro, ou mapa do caminho, como lhe chama a presidência brasileira da COP30, foi um tema lançado pelo próprio Presidente do Brasil, Lula da Silva, na cimeira de líderes que antecedeu a conferência de Belém, e foi defendido por mais de 80 países.

Apesar da ausência da referência aos combustíveis fósseis no documento, todos os grupos na COP30, exceto a União Europeia, já tinham na sexta-feira à noite aceitado aprová-lo.

“As nossas linhas vermelhas estão todas lá. (…) e à última hora conseguimos um acordo, o que é muito bom”, sublinhou Maria da Graça Carvalho aos jornalistas portugueses após uma longa reunião do grupo para chegar a acordo sobre como votar a proposta da presidência brasileira.

Este sábado, a UE acabou por aceitá-lo também, após conseguir introduzir uma referência ao que foi acordado no Dubai – o objetivo de trabalhar para um abandono progressivo dos combustíveis fósseis – ao incluir no texto o “consenso dos Emirados Árabes Unidos”.

A ministra do Ambiente de Portugal disse estranhar que no final da COP30 a União Europeia tivesse ficado isolada nas negociações, sublinhando que isso nunca tinha acontecido.

“Eu acho que a União Europeia agora tem de se preparar para a próxima COP. Não há razão nenhuma para nós não chegarmos aqui com os países africanos, com os AOSIS”, acrescentou.

Maria da Graça Carvalho lamentou que se tenha perdido “essa tradição de se trabalhar com os países em desenvolvimento”, alertando que “outros estão a fazê-lo”, como a China.

FONTE:LUSA

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