Durante a celebração do Dia Mundial das Pescas, o presidente da Câmara de Lobata, Euclides Buio, apelou ao Governo para a implementação de “políticas sustentáveis e seguras” para os profissionais da pesca, que é a principal atividade na Vila de Micoló, e é considerada essencial para o desenvolvimento da economia nacional.
“O mar tem um significado enorme para o desenvolvimento de qualquer país. Enquanto presidente do distrito, fico preocupado com a situação dos pescadores, porque é necessário criar melhores condições para que possam prestar um serviço mais eficiente e digno”, afirmou Euclides Buio.
O Dia Mundial das Pescas foi assinalado este ano, na Vila de Micoló, no distrito de Lobata, numa cerimónia que reuniu autoridades, pescadores e palaiês.
Apesar do ambiente festivo, os pescadores e palaiês desta que é uma das maiores zonas piscatórias do país manifestaram diversas preocupações relacionadas com a atividade e os desafios que enfrentam no dia a dia.

“Há dias em que estamos bem, mas enfrentamos muitas dificuldades na pesca, sobretudo porque muitos pescadores continuam a pescar na costa e o Governo não tem tomado medidas. Antes havia muito mais peixe”, relatou um pescador.
“Às vezes vimos aqui, puxamos as canoas e fica tudo seco. Outras vezes saímos de casa e não conseguimos nada. Quando não há peixe, procuro outro meio de vida, porque há dias em que isto não dá mesmo”, acrescentou uma palaiê.
A cerimónia contou com o apoio da Direção das Pescas e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A representante da Direção das Pescas, Miriam Cravid, destacou que, é “necessário proteger os pescadores, a sua dignidade profissional e assegurar condições mais seguras e humanas”.

“Em muitas comunidades, a pesca não é apenas uma atividade económica, mas uma tradição, uma herança cultural e um modo de vida profundamente enraizado na identidade das populações costeiras. Esta celebração recorda-nos, igualmente, os inúmeros desafios enfrentados pelos nossos pescadores, desde a insegurança marítima e as condições de trabalho totalmente precárias”, disse Miriam Cravid.
Durante a sua intervenção, Euclides Buio apelou ainda à “maior organização” por parte dos pescadores, sublinhando que “a pesca é fundamental para o desenvolvimento de qualquer país do mundo” e que se “repense a política do setor, para que os profissionais estejam munidos de equipamentos adequados e aptos a prestar serviços com maior dignidade”.
