47 anos Independentes? Guiné-Bissau entre Expetativas e Desilusão
É urgente reconciliar a classe política, reconciliar os jovens, os cidadãos e as forças de mudança que existem, mas que estão fragmentadas.
Foi em 24 de Setembro de 1973 que o movimento de libertação nacionalista declarou, unilateralmente, a independência da Guiné Bissau. No entanto, só um ano depois é que Portugal, então país colonizador, a reconheceu, tornando a Guiné Bissau a primeira das suas ex-colónias a ser reconhecida como independente.
Passados estes anos, não é fácil saber porque é que estamos a lutar hoje, na Guiné-Bissau, um País que parece andar sempre as mesmas voltas, sem rumos e com o mesmo destino.
Não podemos perder o País nem pelo medo, nem pelo silêncio e nem pela resignação porque o estado do País já não se descreve com as palavras, mas por erros e erros de políticas e opções deliberadas tomadas anos após anos. Com políticos antigos não há política nova.
Este é o tempo de uma nova política, de novas formas de fazer política, de novos políticos e de políticos novos. Precisamos de construir uma nova política e decidirmos sobre o nosso destino. Temos de ser maiores aos nossos problemas, compreendendo-os e superando-os. Interdependência, claro que sim. Dependência é que não. Temos o dever Republicano de continuarmos a ser um estado livre, um povo livre, um País soberano e independente.
Sobre cada um de nós recai a responsabilidade de construir um País do qual possamos nos orgulhar. Aos políticos que dirigem o País e representam os seus cidadãos compete-lhes contribuir para este esforço propondo-nos um caminho inteligível.
A política falha quando deixa o País sem rumo e permite que se quebre aliança entre o cidadão e o Estado. É preciso acabar com esta política de dividir para melhor reinar antes que isso acabe connosco. Aos políticos pedimos que nos deem alguma coisa em que acreditar e que alimentem um sentimento comum de pertença a Nação Guineense.
Continuamos a ter um País amnésico cheio de gente que sabe de tudo. Aquilo que melhor distingue as pessoas é a firmeza do seu caracter e não por pertencer a um partido político. Precisamos reorganizar a nossa sociedade e o nosso País. Precisamos reunificar as forças para combater a estagnação do País. É urgente reconciliar a classe política, reconciliar os jovens, os cidadãos e as forças de mudança que existem, mas que estão fragmentadas. Virá o dia em que a celebração da independência do nosso País trará estabilidade, paz e uma verdadeira reconciliação entre os Guineenses.
A celebração do dia da independência é o fruto da ética Republicana dos nossos saudosos combatentes da liberdade da pátria que temos a obrigação de honrar. Somos todos filhos da mesma pátria, ramos do mesmo tronco. Há espaço suficiente para todas as raças, religiões, etnias desde que contribuam para a unificação daquilo que é o nosso tronco comum, Guiné-Bissau.
Nesse dia de grande emoção devemos sempre “PENSAR PARA MELHOR AGIR”. Mais pensamento para agir melhor. Mais atividade para melhor pensar. Pensar cada problema concreto que temos de resolver de modo a encontrar para ele a solução mais conveniente nas condições específicas da nossa terra e da nossa luta “Amílcar Cabral”
Viva os Combatentes da Liberdade da Pátria
Viva Amílcar Cabral
Viva a República do Estado Soberano da Guiné-Bissau
Viva Juventude
Anaximandro Monteiro
Ativista Social