África -

CPLP, que presente e que futuro?

No dia 17 de Julho de 1996 os Chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, nomeadamente  os Presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos; do Brasil, Fernando Henrique Cardoso; de Cabo Verde, Mascarenhas Monteiro; o Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo “Nino” Vieira; de Moçambique, Joaquim Chissano, de Portugal, Jorge Sampaio; o Primeiro-Ministro Português, António Guterres e o Primeiro-Ministro de São Tome e Príncipe, Armindo Vaz de Almeida, tiveram a coragem e  a ousadia de criar e fundar  a CPLP ( Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Tratou-se de uma decisão muito importante, um gesto de grande valor simbólico e que abriu muitas oportunidades para a projeção da nossa língua e da aproximação dos povos a nível cultural, social e económico.

Desde a sua criação, a CPLP tem experimentado enormes desafios para a consecução dos objetivos da organização entre os quais o reforço dos laços humanos, a solidariedade e a fraternidade entre os povos que têm a língua portuguesa como fundamento da sua identidade especifica. É esta fragilidade endémica que a CPLP deve superar, o heroísmo a que levou a fundação da CPLP é o heroísmo das coisas básicas e simples, o reforço nas relações humanas, a aposta nas pessoas, a cultura, a educação, a cidadania e a fraternidade  dos laços existentes  entre os   Estados membros.

Nós temos de criar um sentimento comum de pertença dos cidadãos dos Estados membros em relação a CPLP, e não é por sermos uma comunidade pequena é que devem ser pequenas as nossas ambições porque a dimensão, hoje em dia, não conta, o que conta é cultura é a fraternidade é a solidariedade.

A CPLP e os Países membros da CPLP devem reforçar o reconhecimento da língua portuguesa como uma língua global. Apesar de partilharmos a mesma língua, é uma pena que por vezes parecemos estar cansados de nós mesmos. Com a crise que vivemos, torna-se nítido que é preciso haver uma CPLP mais ativa, mais interventiva, mais dinâmica e mais próxima dos seus cidadãos.

O funcionamento diário, os procedimentos, o peso das decisões, tudo isso nem sempre é fácil e é um combate diário por outra agilidade, porque os problemas sociais, as desigualdades do mundo não esperam por nós, é preciso agir concentrando nas situações mais substantivas, em particular na educação, na ciência, na cultura, na mobilidade, além de outras iniciativas relativas ao património.

Para quem acredita ainda na ideia da CPLP, a comunidade são as pessoas, são os povos que estão e temos do nosso lado é isso o que verdadeiramente conta.

Tivemos estórias a mais agora temos estórias a menos, sendo já poucos os que acreditam na ideia da comunidade continuamos a acreditar nas pessoas que temos do nosso lado e esse é o caminho para a identificação possível das pessoas com a CPLP.

Aquilo que nos une é muito mais significativo do que quilo que nos pode dividir.

O Futuro Aposta na CPLP

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