África -

De Chelas à Bruxelas!

Alguma dívida há no meio entre a União Europeia e o PAIGC e agora o velho partido rompe Europa e vai até Bruxelas COBRAR esta novela terei muito gosto em contá-la no fim…

Terras lusas, o último reduto do PAIGC e o seu candidato vencido que, sem titubear, lança a partir de diáspora seu Quartel General para resistir após a queda em Bissau que consubstanciou na perda definitiva (pelo menos nos 5 anos) do sonho ao Palácio Presidencial e como também do seu Governo e da maioria que transpirava, fruto de acordo com APU-PDGB e, não menos importante, a dispersão dos seus entourages, inclusive o ex-primeiro-ministro que doravante dá notícias a partir de facebook. Aliás, como é básico no direito, a lei nova revoga automaticamente a lei antiga e, partindo deste pressuposto, quando a CEDEAO, o omnipresente mediador, insta no mesmo comunicado que reconheceu a eleição do novo inquilino do Palácio Rosa, o General Umaro Sissoco Embalo, que entre outras que, escolhessem um novo primeiro-ministro de acordo com o resultado da eleição legislativa do março do ano transato e, o bengaleiro Presidente (DSP) que também não sabia do paradeiro da “MAIORIA PARLAMENTAR” passou leme para o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), igualmente vice-presidente do PAIGC, o Engenheiro, ou Camarada entre correligionários, Cipriano Cassama que, sob reticências acaba marcando sessão que veio a culminar na discussão e aprovação do Programa de Governo e  assinalável transferências de deputados: 5 de PAIGC mudaram para pontificarem no acordo APU-PDGB/MADEM-G15/ PRS e os 4 de APU-PDGB foram para PAIGC e como resultado o Governo de Engenheiro Nuno Gomes Nabiam passa a prova de fogo e a CEDEAO reconhece sem beliscar a modalidade escolhida para resolver essa equação.

No auge de toda essa salada de indochina, o PAIGC e seu General que não retira (aparentemente), pensava convencer toda a diáspora para poder pressionar os novos detentores de poder. Para quem é guineense sabe da força que os emigrantes detêm no quesito da opinião política pois, influenciam muito as famílias e amigos. A propósito, milhares de famílias vivem de dinheiro proveniente dos emigrantes.

No piscar de olhos o Domingos Simões Pereira, o presidente do PAIGC que se instalou em Portugal, viu a indecorosa chegada do Engenheiro Nuno Gomes Nabiam e comitiva que foram em pompa e circunstância recebidos pelo seu homólogo, o primeiro-ministro português António Costa.

Isto foi uma derrota política que, simplesmente significa o último assalto ao terreno adversário dos pupilos do presidente Sissoco. Portugal que comanda toda a diáspora Guineense, que até então era praça política de PAIGC, sucumbiu à uma simples e modesta visita, mas com significado grande e, não é por acaso que o PAIGC (talvez) lança o plano pouco ortodoxo para amainar visitas dos adversários, instalando seus “Haraquiris” no aeroporto para persuadir quaisquer intenções de pisar a terra da Dona Maria. Foi uma autêntica baixaria que envergonha qualquer guineense com pouco de senso!

Mas, os também saldados e própria estrategas da nova maioria não perceberam que a visita de Nuno Gomes Nabiam, executou serviço que era complicado, isto é, tirou Lisboa, o último reduto de Domingos Simões Pereira (DSP) onde se encontra a título de refugiado político (embora não irá assumir) tendo ainda esperança de inverter o quadro.

Como estou a dizer em vez dos soldados da nova maioria impregnarem nova ideia para consolidar a diáspora, escolheram uma via tenebrosa e menos refletida para fazerem romarias em Sacavém, onde supostamente mora o DSP, como troco das marchas aliás, foi o caso dos vandalismos dos Haraquiris de PAIGC no aeroporto Humberto Delgado. Era isso que o PAIGC que perdeu tudo queria (deselegância, intolerância e vandalismo) e os adversários servirem-lhe quentinho a sopa que esperava, agora Lisboa será palco de marchas e contramarchas e jamais governante algum, em complacência com atual governo, chegará em paz na terra de Camões. Isso será prática reiterada.

Por último, enquanto os soldados ou simpatizantes da nova maioria parlamentar se preparam para Sacavém para um ato, que não passa também de vandalismo, nas outras paragens todos os caminhos vão dar à Bruxelas, para uma jornada dos loucos. PAIGC a todo custo força no meio de Covid-19 um evento além-fronteiras depois de vários adiamentos, mas desta vez os autocarros alugados estacionam em Odivelas e Chelas rumo à Bruxelas, só que, outra vez, os estrategas e simpatizantes da nova maioria, cometeram outro pecado original. Nos seus íntimos devem pensar que isto não passa de mais uma tentativa de pressão internacional de PAIGC (agenda geopolítica). Engano! O PAIGC e DSP estão a pressionar a própria União Europeia (EU) após serem escorraçados de Lisboa a ponta pés, pela inédita visita de Nuno Nabiam, e resolveu arriscar seu último cartucho exigindo a organização europeia conta antiga. Não é à toa que no primeiro encontro para negociação do acordo de pesca chegaram ao entendimento com o Governo de PAIGC e meteram barcos no nosso mar a troco de 9 milhões de euros, enquanto o antigo Governo, com Sissoco primeiro-ministro, exigia 30 milhões de euros anual e foram 7 rounds de negociação sem entendimento. Alguma dívida há no meio entre a União Europeia e o PAIGC e agora o velho partido rompe Europa e vai até Bruxelas COBRAR e esta novela terei muito gosto em contá-la no fim…

Por: Carlos Sambu, Escritor e Aivista Político

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