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Dia Mundial da Tuberculose 2024

Mensagem da Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África

 

Em 2022, a septuagésima segunda sessão do Comité Regional da OMS para a África, em Lomé (Togo), desencadeou um poderoso movimento para acabar com a tuberculose (TB) – o de priorizar a luta contra a tuberculose infantil. Os ministros da saúde de toda a Região reuniram-se para dar resposta às necessidades desta população, muitas vezes negligenciada.

 

Desde então, registou-se um aumento de 20% nos casos identificados de tuberculose pediátrica, em comparação com o ano anterior. Trata-se de um passo positivo no sentido de uma abordagem mais prática do reconhecimento da tuberculose nas crianças e de um passo decisivo para a erradicação desta doença ancestral.

 

Hoje, reflectimos sobre os progressos alcançados, reconhecendo simultaneamente os desafios que enfrentamos nos nossos esforços para eliminar a tuberculose enquanto ameaça à saúde pública.

 

A tuberculose continua a ser a segunda principal causa de morte por um único agente infecioso, ultrapassando o número de vítimas do VIH/SIDA.  De acordo com o último relatório, cerca de 2.5 pessoas contraíram a tuberculose em 2022 na Região Africana, o que equivale a uma pessoa a cada 13 segundos.

 

Além disso, houve 424 000 mortes por tuberculose em 2022 atingiu, ou seja, uma vida perdida a cada minuto — apesar da doença ser evitável e tratável. Estes números sublinham a urgência da nossa acção colectiva na abordagem da actual epidemia de tuberculose e realçam a necessidade de envidar esforços sustentados para lhe pôr termo.

 

A Região Africana da OMS apoia a luta dos nossos Estados-Membros contra a tuberculose em África, definindo orientações estratégicas, desenvolvendo instrumentos de monitorização, como a tabela de pontuação da tuberculose em África com a União Africana, e assegurando os progressos no sentido da aplicação da estratégia para acabar com a tuberculose

 

A nossa Organização dedica-se a gerar e partilhar conhecimentos sobre métodos eficazes de controlo da tuberculose. Apoiamos os países na actualização das orientações de tratamento da tuberculose, de modo a reflectir as práticas mais recentes e expandir o acesso a ferramentas de diagnóstico rápido. Ao realçar a importância da cooperação regional, a Região Africana da OMS encoraja a partilha de conhecimentos e os esforços de colaboração entre países, fazendo avançar significativamente a missão para a eliminação da tuberculose enquanto ameaça de saúde pública em África.

 

Na Região Africana da OMS, celebramos outro marco: o diagnóstico de 70% dos casos de doentes com tuberculose diagnosticados, o que representa uma redução substancial dos casos não detectados e nos aproxima do nosso objectivo. Este feito é um testemunho dos esforços incansáveis dos nossos Estados-Membros e parceiros, mostrando o que pode ser conseguido através de uma visão partilhada e de uma acção concertada.

 

Entre 2015 e 2022, a nossa Região alcançou uma notável redução de 38% nas mortes por tuberculose, ultrapassando o marco inicial da Estratégia para Pôr Fim à Tuberculose que era de 35% até 2020.  Entre 2015 e 2022, a Região Africana também registou uma redução de 23% nos novos casos de tuberculose, ultrapassando o objectivo inicial da Estratégia para Pôr Fim à Tuberculose que era de 20% até 2020. Tudo isto sublinha a eficácia das estratégias implementadas e o compromisso renovado dos países.

 

Contudo, embora a redução do número de mortes por tuberculose seja louvável, continua aquém do objectivo da estratégia de erradicação previsto até 2025, que consiste numa redução de 75%. Do mesmo modo, o declínio de 23% na incidência da tuberculose fica aquém do objectivo de redução de 50% até 2025. Isto sublinha a necessidade de esforços contínuos e intensificados para atingir estes objectivos ambiciosos.

 

Desafios como o atraso no diagnóstico, o acesso limitado a novos instrumentos e tecnologias e a ameaça actual da tuberculose multirresistente exigem uma vigilância contínua e esforços sustentados.

 

As partes interessadas podem juntar-se a nós, disponibilizando recursos, reforçando o envolvimento das comunidades, efectuando investigação e formando parcerias com o sector privado. Através desta acção unificada, poderemos enfrentar os desafios inerentes à tuberculose em África e atingir o nosso objectivo de eliminação da doença enquanto ameaça de saúde pública.

 

Exorto todos os Estados-Membros a darem prioridade a uma abordagem multifacetada que trate as causas profundas da doença, reforçando simultaneamente os nossos esforços de prevenção, diagnóstico e tratamento.

 

Exorto os líderes no sector da saúde a intensificar o seu empenhamento no reforço dos sistemas de saúde, garantindo um acesso equitativo aos cuidados contra a tuberculose e aumentando as intervenções inovadoras.

 

É essencial investir na investigação e no desenvolvimento de novos instrumentos, incluindo vacinas e melhores diagnósticos, para acelerar os progressos.

 

Além disso, os países têm de dar prioridade à abordagem dos determinantes sociais da tuberculose, como a pobreza, a desigualdade e o acesso limitado aos cuidados de saúde, para obter resultados sustentáveis. A colaboração entre sectores e fronteiras é fundamental.

 

Comprometo-me firmemente a apoiar todos os nossos Estados-Membros e parceiros com uma determinação inabalável em prol de um mundo livre de tuberculose.

 

 

Saiba mais:

 

Relatório plurianual da tuberculose, Escritório Regional para a África (disponível apenas em inglês)

 

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