PR destaca progressos políticos, mas economia frágil 47 anos após a independência de STP

“A nossa história é, na verdade, a história de um país em permanente construção, no plano político, económico e social”, afirmou Carlos Vila Nova na sua mensagem dos 47 anos da independência.

País -
12 de julho

O Presidente República, Carlos Vila Nova sublinhou hoje que tem havido progressos substantivos da vitalidade democrática do país, mas considera que persistem “desafios e pressões do foro económico e social” após 47 anos de independência, assinalados hoje.

“A nossa história é, na verdade, a história de um país em permanente construção, no plano político, económico e social”, afirmou Carlos Vila Nova na sua mensagem dos 47 anos da independência.

No campo político, o chefe de Estado realçou que o país vem realizando, desde 1990, “com notável regularidade”, eleições para órgãos de soberania, autárquicas e regional, “num quadro de paz social” e com ganhos que são reconhecidos internacionalmente.

 “Graças a essa normalidade e vitalidade da vida democrática, tem havido progressos substantivos, nomeadamente no domínio do reforço das capacidades institucionais e do exercício do poder do Estado, do poder regional e autárquico, o que faz de São Tomé e Príncipe um país onde é seguro viver, trabalhar e fazer negócios”, sublinhou o chefe de Estado.

Na sua primeira mensagem no dia da independência enquanto Presidente da República, Carlos Vila Nova disse que “é justo dizer-se que, ao longo destes 47 anos, o país tem conseguido, no plano político, superar os obstáculos surgidos no seu percurso democrático”.

“São Tomé e Príncipe tem, assim, feito o seu caminho e vem consolidando o seu espaço no panorama internacional como um país respeitador dos princípios e dos ditames da democracia”, sublinhou o chefe de Estado.

No entanto, Carlos Vila Nova afirmou que o país tem “sobre os ombros desafios e pressões do foro económico e social”, bem como “planos em que a apreciação já não é tão animadora”, e que exigem de todos “esforços ainda mais conscientes e consistentes”.

“Temos de reconhecer que as nossas fragilidades são típicas de nações jovens, mas esse facto não deve inibir a nossa criatividade na busca de soluções próprias, num esforço permanente para contrariar as contingências da insularidade, da pobreza e da tensão internacional. Se a independência significou para nós a faculdade de decidirmos os nossos próprios caminhos e de sermos os únicos protagonistas da nossa história, ela também nos colocou desafios e pressões das mais variadas naturezas”, disse Carlos Vila Nova.

A baixa infraestruturação e a fraca capacidade do país na mobilização de investimentos privados, associada à pandemia da covid-19 e “a eclosão de conflito bélico no leste europeu” são razões que Carlos Vila Nova considera terem agravado a “débil e dependente economia” do país.

“Tudo isto tem provocado reflexos brutais na nossa situação económica”, precisou o chefe de Estado, considerando que o novo quadro obriga a um “empenho coletivo ainda maior” e a “esforço apartidário” para se adaptar às novas exigências do palco internacional e “focar sem a menor distração, a tão desejosa e necessária independência económica para que as expetativas pós independentistas do povo se tornem realidade”.

“Não podemos nos conformar com o adiamento permanente do sonho do desenvolvimento e de melhoria das condições económicas, habitacionais, sanitárias, educacionais, ambientais e com melhor justiça para o nosso povo”, exortou o Presidente da República.

Após 47 da independência do país, Carlos Vila Nova considerou que há “muito mais interesses coletivos a defender e proteger”, por isso apelou para se acelerar um “cerrado combate contra a pobreza, em todas as frentes” e dedicar-se mais atenção “às necessidades das famílias, dos trabalhadores” a fim de acautelar “quaisquer indícios de perturbações sociais”.

“Se alguns, ignorando por completo as conquistas alcançadas nestes 47 anos, se contentam a enfatizar os insucessos registados, para assim vaticinar sobre um futuro coletivo sombrio, compete-nos sim ler as causas desses fracassos e adequar as nossas atitudes para, com resiliência, ultrapassarmos os desafios presentes e verdadeiramente construir com as nossas próprias mãos uma nação de paz, concórdia e de desenvolvimento. É esta uma tarefa de todos”, disse Carlos Vila Nova.

Por seu lado, o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, disse, no final do ato central das celebrações, na Praça da Independência, que assumiu-se como “um dos são-tomenses inconformado, descontes com a situação económica e social do país”, considerando, por isso, que ainda não se atingiu a independência conseguida em 12 de julho de 1975.

“O povo é quem mais ordena – a liberdade é mesmo isso – mas só que a liberdade precisa de sustentação económica […] vamos continuar a lutar para essa almejada independência económica, e todos não somos demais para essa ingente tarefa”, disse o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus.

A independência do arquipélago de São Tomé e Príncipe foi declarada em 12 de julho de 1975, após séculos de colonização portuguesa.

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