O Presidente da República defendeu hoje “um amplo entendimento das forças políticas” da nova legislatura, que teve hoje início, para enfrentar os “grandes desafios” do país a nível legislativo, incluindo da revisão constitucional, e as crises económicas e financeiras.
“As reformas que se nos impõem, tanto a nível de procedimento, de regulamentos e, de forma mais profunda, da nossa lei fundamental [Constituição da República], no sentido de clarificar os pontos ténues e nevrálgicos, designadamente os diferentes níveis de maioria parlamentares, as competências e as incumbências dos diferentes órgãos de soberania e outras instituições do Estado, na harmonização de diferentes prazos constitucionais e legais, deve necessariamente forçar a um amplo entendimento das forças políticas aqui representadas”, disse Calos Vila Nova.
Na abertura da nova legislatura parlamentar, o chefe de Estado sublinhou que “os desafios e pressões de variada natureza” que se colocam ao país exige de todos, mas em particular aos “deputados representando as diferentes forças políticas na Assembleia Nacional, diálogo, compromisso, concentração, sensatez e abertura”.
Carlos Vila Nova entende que “nenhum partido ou movimento político deve arrogar-se no sentido de estar em condições de enfrentar sozinho ou apenas com alguns, os grandes desafios” do país “a nível legislativo, das alterações climáticas, das pandemias, das crises económicas e financeiras, do terrorismo, da insegurança dos demais e diversificados flagelos”.
“Nesta senda e em nome do bem coletivo devem ser construídas pontes e acertos em ações concretas para conciliar os interesses legítimos e o bem da coletividade”, sublinhou Vila Nova, apelando aos deputados para “em circunstância nenhumas ceder às pressões e interesses particulares que colidam com o bem comum”.
“A constituição de uma nova assembleia constitui sempre um momento de renovação de expectativas e de esperança nesta continua e incessante luta pelo desenvolvimento e o progresso económico e social do nosso país. É imperativo termos presentes que na nossa qualidade de servidores públicos, nas nossas atuações, estamos sempre envolvidos direta ou indiretamente com os anseios e as expectativas da nossa população”, afirmou.
O Presidente são-tomense recordou que o país caminha para assinalar meio século de existência, desde a independência em 1975, advogando que “nesta legislatura deve ser aproveitada a vitalidade da vida democrática para forçar os progressos substantivos, nomeadamente no domínio do reforço das capacidades institucionais e do exercício do poder regional e autárquico” para que o país continue a ser “um país onde seja seguro viver, trabalhar e fazer negócios”.
A deputada e vice-presidente da Ação Democrática Independente (ADI), Celmira Sacramento, foi hoje eleita presidente da Assembleia Nacional, com 52 dos 55 votos, no arranque da nova legislatura parlamentar.
A nova presidente do parlamento afirmou ter na sua “agenda de trabalhos para os próximos quatro anos alguns dos muitos desafios”, entre os quais a “revisão consensual da Constituição da República e demais normas que configuram a estrutura” do Estado são-tomense.
Celmira Sacramento destacou o significado da sua eleição, que a torna na segunda mulher a assumir o cargo, após a poetisa Alda do Espírito Santo, que ocupou o cargo na I legislatura (1980-1985) e na II legislatura (1985-1991).