Governo destaca Rei Amador como “figura incontornável da história de São Tomé e Príncipe”

“A forma apaixonada como incorporou em si os sentimentos reivindicativos da sua época, a convicção e empenho postos na sua concretização fazem dele o nosso Rei”, sublinhou, a ministra da Educação, Cultura e Ciências.

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São Tomé e Príncipe realizou mais uma cerimónia de homenagem ao Rei Amador, figura mítica da história do país, considerado como líder de uma revolta de escravos em 1595, no século XVI, desafiando o regime colonial português, e se tornado “um dos precursores” da luta pela independência de São Tomé e Príncipe.

“É considerado um precursor da luta pela libertação, tendo liderado uma das maiores revoltas de escravos de toda a história atlântica em 1595. Em pleno século XVI, um escravo ousou levantar-se e rebelar-se contra o sistema esclavagista instalado”, disse a ministra da Educação, Cultura e Ciências, Isabel de Abreu, que considerou o Rei Amador de “figura incontornável da história de São Tomé e Príncipe”.

“A forma apaixonada como incorporou em si os sentimentos reivindicativos da sua época, a convicção e empenho postos na sua concretização fazem dele o nosso Rei”, acrescentou, a ministra da Educação, Cultura e Ciências.

Isabel de Abreu sublinhou que “a preservação e a valorização da memória coletiva” do Rei Amador, “assumem-se como fundamentais no sentido de o país encontrar caminhos mais seguros na consolidação da coesão nacional, fator fundamental de construção da Nação”.

A governante referiu ainda que o legado de ‘Rei Amador’ “tem suscitado o interesse de inúmeros estudiosos, com as suas mais diversas leituras, mas “é dever de memória construir conhecimento endógeno para que para que o legado não se fique apenas ao nível de leituras e interpretação académicas e que entranhe nas escolas e chegue, de facto, à juventude”.

O ato comemorativo do dia do Rei Amador, dia feriado nacional, contou com a presença de apenas 3 ministros e algumas dezenas de convidados.

A ausência dos titulares dos órgãos de soberania, nomeadamente, do Presidente da República, Carlos Vila Nova, da presidente da Assembleia Nacional, Celmira Sacramente e do primeiro-ministro, Patrice Trovoada, foi fortemente criticada pelo escritor Francisco Costa Alegre.

“Esta é uma oportunidade de trazer a nós grande unidade nacional, porque senão nós diríamos que essa atividade cultural, é atividade de quinta classe […]  se eles não se envolvem, noutros momentos políticos não merecem o nosso envolvimento”, lamentou, Francisco Costa Alegre.

Desde de 1976, quando o escudo português foi substituído pela nova moeda nacional, a dobra, as notas bancárias do país retratam a figura de Amador Vieira, concebida pelo artista plástico são-tomense Protásio de Pina.

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