Projeto financiado por União Europeia e Portugal transforma a vida de agricultores são-tomenses

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal considerou que a Cepiba “tem um grande impacto” e “transforma a vida das pessoas”, nomeadamente mais de 300 famílias de agricultores que se juntam à cooperativa ao longo do ano, beneficiando diretamente mais de 1.500 pessoas.

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Rádio Somos Todos Primos

Um projeto de apoio às fileiras agrícolas de exportação, financiado em 4,8 milhões de euros pela União Europeia e pela Cooperação Portuguesa está a “transformar a vida” dos agricultores são-tomenses, destacaram o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal e líderes das cooperativas.

Trata-se do Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE) de São Tomé e Príncipe, que é financiado pela União Europeia e pelo Camões, e implementado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) em parceria com o Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pesca (MADRP) de São Tomé e Príncipe.

O projeto iniciou-se em 2021 e terminará em 2025 com o objetivo de contribuir para o fortalecimento da economia e a criação de emprego em São Tomé e Príncipe no setor das fileiras agrícolas de exportação.

O projeto apoia a recuperação e construção de infraestruturas, formação e capacitação de agricultores e produtores de várias cooperativas e comunidades agrícolas, produtoras de pimenta, café e cacau.

No sábado, 26 de agosto, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, que está em São Tomé e Príncipe no quadro da 14ª cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), visitou a Cooperativa de Produção e Exportação de Pimenta e Baunilha Biológica (Cepiba), uma das beneficiárias do financiamento do PAFAE.

“Este é um projeto muito positivo porque está bem concebido, está bem desenhado, está assente naquilo que é a realidade e a capacidade de produção local, mas sobretudo porque consegue agarrar nessa capacidade de produção local e transformar esse produto num produto de excelência de exportação para mercados bastante exigentes através de um produto de produção biológica e certificado”, disse Francisco André, no final da visita.

O secretário de Estado considerou que a Cepiba “tem um grande impacto” e “transforma a vida das pessoas”, nomeadamente mais de 300 famílias de agricultores que se juntam à cooperativa ao longo do ano, beneficiando diretamente mais de 1.500 pessoas.

“Tem vindo a ter um impacto positivo na vida dessas pessoas, permitindo encontrar outros mecanismos de desenvolvimento, de capacidade de educação e melhorar aquilo que são as suas vidas”, sublinhou Francisco André, concluindo que “é daqueles projetos que vale a pena visitar, vale a pena desenhar e vale a pena financiar porque é um projeto que tem resultado”.

A Cepiba tem cerca de 12 associações de produtores de pimenta preta e branca, produzidas por encomenda, maioritariamente de compradores europeus.

Segundo o presidente da Conselho de Administração da Cepiba, este ano a cooperativa estima produzir mais de 21 toneladas de diversos tipos de pimentas.

Ricardino Ceita sublinhou que com o financiamento da UE e da Cooperação Portuguesa “mudou-se muito na vida dos produtores, porque há produtores que já conseguiram formar os seus filhos na base do valor que adquirem com a produção da pimenta”.

“Junto com a Cepiba nós estamos a apostar no aumento da produção e da produtividade, através de formações aos produtores sobre boas práticas agrícolas, mas também apostamos muito na questão da qualidade da pimenta de exportação”, explicou a coordenadora do PAFAE, Zélia Soares.

Segundo a responsável, na Cepiba, foram já investidos 200 mil euros na construção do centro de transformação de pimenta para oferecer “local digno de trabalho” e também assegurar a segurança e higiene no trabalho, e mais 20 mil euros na recuperação de 10 secadores de pimenta do centro, além de investimentos nas infraestruturas de regas das pimentas em pelo menos quatro comunidades agrícolas.

A Cepiba já tem certificação biológica, por isso o PAFAE está a apoiar na qualificação através da Identificação Geográfica Protegida (IGP) “para fazer o registo da marca da pimenta de São Tomé” ao nível internacional.

“Isso vai valorizar o produto que sai deste país e vai salvaguardar o manuseamento e a comercialização da pimenta na Europa também, porque o IGP é uma qualificação conhecida mais na Europa” que é o mercado privilegiado de exportação da pimenta da Cepiba, disse Zélia Soares.

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