Tribunal improvisado no Arquivo Histórico acolhe julgamento de 25 de novembro

Quanto a este processo, o magistrado sublinha que “por despacho datado de 20/09/23 foi declarada a incompetência do tribunal judicial civil para julgar delitos militares e, em consequência, ordenado a remessa dos mesmos ao Tribunal Militar”.

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O tribunal de primeira instância de São Tomé, hoje improvisado no Arquivo Histórico, acolhe o julgamento do único civil acusado no processo de assalto ao quartel militar em novembro de 2022, enquanto os arguidos militares serão julgados em separado pelo tribunal militar.

Bruno Afonso é o único sobrevivente entre os quatro homens acusados pelas autoridades de assaltar o quartel militar numa tentativa de golpe de Estado.

No despacho de quarta-feira em que admitiu a conexão dos processos do assalto ao quartel e o processo de homicídio de quatro homens, o magistrado Edmar Teixeira aponta o nº1 do artigo 21º. do código do processo penal, segundo o qual “responderão conjuntamente, no tribunal competente para o julgamento da infração mais grave, os agentes de diversos crimes cometidos na mesma ocasião reciprocamente ou por várias pessoas reunidas”.

Neste sentido, Edmar Teixeira sublinhou que o processo de instrução preparatória dos dois processos tem como “infração mais grave” o homicídio que se encontra nos autos de instrução preparatória nº 77/2023.

Quanto a este processo, o magistrado sublinha que “por despacho datado de 20/09/23 foi declarada a incompetência do tribunal judicial civil para julgar delitos militares e, em consequência, ordenado a remessa dos mesmos ao Tribunal Militar”.

No processo de assalto ao quartel de 25 de novembro de 2022 estão acusados oito arguidos, sete militares e um civil.

No processo dos homicídios, o Ministério Público são-tomense acusou 23 militares, incluindo o ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Olinto Paquete e o ex-vice-chefe do Estado-Maior, Armindo Rodrigues, pela tortura e morte de quatro homens no assalto ao quartel das Forças Armadas em novembro.

O MP pediu ainda a pena acessória de demissão das Forças Armadas para todos os acusados.

O processo contra o ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas Olinto Paquete foi arquivado em julho por falta de “indícios suficientes” da prática dos 14 crimes de que era acusado.

O ex-vice chefe de Estado Maior e o ex-comandante do exército, José Maria, que aguardam julgamento sob a acusação, “em autoria material, por omissão, com dolo eventual” de 14 crimes de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos graves e de quatro crimes de homicídio foram nomeados em julho, comandante da guarda costeira e inspector-geral das Forças Armadas, respetivamente.

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