A Resiliência de Vitalina: Uma vida sem pernas e sobrevivendo ao furto na agricultura

A mulher é mãe de quatro filhos, desempregada e sem as duas pernas, espera por apoios para encontrar formas de autossustento.

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Vitalina

Vitalina Mendes Moreira é uma mulher de 66 anos, que vive em Ferreira Governo, distrito de Lobata, São Tomé, mãe de 4 filhos, que teve as duas pernas amputadas desde os 19 anos, mas não parou de trabalhar na agricultura até começar a ser vítima de furtos no seu campo de plantação.

Durante o parto do seu segundo filho, Vitalina teve complicações e perdeu muito sangue, tendo como consequência a morte do bebé e a amputação das duas pernas.

“Por acaso, correu tudo bem, porque eu não morri”, sublinha.

Vitalina não morreu, e com o seu marido teve mais 3 filhos.
No entanto, aos 30 anos o seu marido também faleceu, passando a viver sozinha.
Após perder as duas pernas, Vitalina deixou de trabalhar na Empresa Bela Vista, aonde era agricultora há vários anos.
Apesar da falta de ajuda institucional, nem apoios solidários de organizações, Vitalina passou a trabalhar por conta própria, cultivando no seu terreno, mas também foi forçada a desistir devido o furto.

“Antes eu ia para campo trabalhar, para ver se ganhava qualquer coisa para sustentar vida, mas, como eu ponho e ladrão tira, só eu parei [de plantar] um ou dois dias para ver. Então, eu desanimei e deixei campo”, frisou Vitalina Moreira, admitindo que ainda pensa em voltar a plantar.

Apesar das limitações impostas pela deficiência, Vitalina leva seu dia a dia, executando tarefas ao seu alcance como lavar, cozinhar e cuidar da casa.

A mulher, mãe de quatro filhos, desempregada e sem as duas pernas, espera por apoios para encontrar formas de autossustento.

“Se tiver alguém que tem boa consciência para me ajudar nalguma coisa, pelo menos para eu ter qualquer coisa para estar a vender [porque] eu não vou para campo [devido] desanimação por causa de pessoas que roubam, mas eu não queria desistir do campo, porque eu gosto muito de trabalhar, mas eu não posso estar lá toda hora, quando eu venho para casa, eles vão tirar, então, estou assim parada”, concluiu Vitalina Moreira.
No mês da mulher são-tomense, esta é a história de resiliência e esperança de Vitalina Moreira – uma mulher, das muitas mulheres deficientes que sobrevivem no meio das dificuldades em São Tomé e Príncipe.

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