Obras de requalificação da marginal começam em março sem financiamento total assegurado

O diretor do INAE referiu que o Governo quer “que seja uma obra com qualidade e evitar que ela tenha adendas” e justificou o aumento do custo do projeto devido ao atraso no arranque dos trabalhos, cujas estimativas foram feitas há quase 10 anos.

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Rádio Somos Todos Primos

As obras de requalificação da marginal são-tomense deverão arrancar em março em apenas duas fases, porque o custo total do projeto aumentou em mais de 12 milhões de euros que não estão assegurados, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estradas.

O projeto avaliado inicialmente em 25 milhões de euros é cofinanciado através de um donativo de 50% do Governo holandês e 50% em crédito do Banco Europeu de Investimento.

A obra está divida em três lotes, numa extensão de aproximadamente nove quilómetros, que começa perto do aeroporto de São Tomé até ao cruzamento de São Marçal, incluindo trabalhos de proteção costeira, reabilitação de estradas e da paisagem.

Segundo o documento do projeto distribuído hoje à imprensa, o lote um, que começa na Baía da Praia Lagarto, perto do aeroporto, tem o custo de 12,6 milhões de euros, mas ficará suspenso porque ainda não tem financiamento garantido.

No entanto, o diretor do Instituto Nacional de Estradas (INAE) assegurou que “já há contactos feitos e até já há negociações” entre o Governo e o “Banco Mundial para que financie o lote um”.

O responsável, referiu que o Governo decidiu arrancar apenas com a execução dos lotes dois, avaliado em 18,3 milhões de euros, e três, orçado em 7,4 milhões de euros, que compreende a Baía de Ana Chaves e começa perto da estrada do Hospital Central até ao litoral de Pantufo, após a sede do parlamento.

“Para nós era bastante importante utilizar o valor disponível para o arranque das obras”, sublinhou Hélder Paquete, após uma apresentação das componentes do projeto aos jornalistas.

O diretor do INAE referiu que o Governo quer “que seja uma obra com qualidade e evitar que ela tenha adendas” e justificou o aumento do custo do projeto devido ao atraso no arranque dos trabalhos, cujas estimativas foram feitas há quase 10 anos.

“Uma coisa é fazer o levantamento [dos custos] no momento da obra e executar, outra coisa é fazer e não executar”, porque “os preços disparam”, vincou Hélder Paquete, apontando ainda o aumento da inflação ao nível nacional e internacional.

O responsável assegurou que a execução da obra vai decorrer durante dois anos através da empresa ‘ANGOLACA’.

Se o Governo conseguir “o financiamento, o lote um é automaticamente atribuído através de um novo concurso” apenas para execução da obra, porque já está garantida empresa de fiscalização, acrescentou.

Segundo Hélder Paquete, também foram feitos os estudos de impacto ambiental e o inquérito para o reassentamento de pescadores, vendedoras de peixes e outros comerciantes que têm negócios na marginal, aonde vão ser realizadas as obras.

“O financiador quer sempre a zona de intervenção da obra completamente livre, sem problemas de reclamações ou alguma perturbação, por isso há esse compromisso que o Governo sempre assina que assume o reassentamento das pessoas”, explicou Hélder Paquete.

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