Príncipe quer acabar com a lixeira a céu aberto e criar alternativas à proibição de abate de árvores e extração de areia

A ilha do Príncipe vai acolher em março uma conferência internacional sobre a biodiversidade, promovida com apoio das Nações Unidas, da qual o Governo Regional espera “que resulte em caminhos mais específicos”.

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Rádio Somos Todos Primos

O Presidente do Governo Regional do Príncipe disse que quer acabar com a lixeira a céu aberto na ilha, e encontrar alternativas à proibição do abate de árvores e extração de inertes que têm sido dos principais desafios para as autoridades e a população da ilha Reserva Mundial da Biosfera da Unesco.

“Hoje, infelizmente a Ilha do Príncipe tem uma lixeira a céu aberto e a nossa luta é criamos um centro de processamento e tratamento para que os lixos sejam separados de forma seletiva e depois dando um tratamento até de reaproveitamento, de reciclagem”, disse Filipe Nascimento na sua recente participação no podcasta das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe (ONU POD).

A Ilha do Príncipe é reserva mundial da Biosfera da UNESCO desde 2012. Esta reserva abrange toda a área emersa da ilha, como os seus ilhéus Bom Bom, Boné do Jóquei, Mosteiros e Pedra da Galé, e as ilhas Pedras Tinhosas (Tinhosa Grande e Tinhosa Pequena), bem como os habitats marinhos circundantes. A reserva está localizada no Golfo da Guiné, ao largo da costa oeste de África, e é gerida pelo governo regional do Príncipe.

O Presidente do Governo Regional, apontou vários desafios que a ilha do Príncipe tem enfrentado para a preservação da biodiversidade, sendo um deles, entre eles a proibição de abate de árvores, o que esclareceu que não existe “uma proibição absoluta” “de abate de árvores”, sendo o ato “controlado”, e podendo ser feito em épocas próprias e “mediante uma autorização prévia dos serviços florestais”.

“Mas queríamos aqui é oferecer mais alternativas, nomeadamente, na importação de madeiras para que mesmo essa extração controlada fosse mínima possível ou com o tempo não houvesse essa necessidade, porem é preciso reconhecermos que há um esforço também neste processo a volta de abate de árvores de uma reflorestação que passa por um plantio coletivo [de árvores]”, reforçou.

A exploração de areias e outros inertes, também têm sido motivos de preocupação para o Governo Regional, segundo Filipe Nascimento.

“As pedreiras que nós dispomos localmente têm dificuldade em corresponder a demanda do mercado […] nós estamos a trabalhar com vários parceiros no sentido de encontrarmos alternativas viáveis e a custo acessível para a problemática de areia”, disse Filipe Nascimento.

O fim da entrada do plásticos de utilização única continua a ser motivo de preocupação das autoridades regionais, apesar de várias campanhas de sensibilização já realizadas.

“Os maiores desafios para nós está a volta de alternativas viáveis e sustentável naquilo que são as políticas restritivas que nós temos e o que nós oferecemos à nossa população”, disse o Presidente do Governo Regional, apontando “necessidade de mais meios” para a recolha e tratamento do lixo.

A ilha do Príncipe vai acolher em março uma conferência internacional sobre a biodiversidade, promovida com apoio das Nações Unidas, da qual o Governo Regional espera “que resulte em caminhos mais específicos”.

“Precisamos juntos aos nossos parceiros olharmos para os mecanismos internacionais que existem nesta área de nós tiramos daqui dividendos de como é que a proteção da nossa floresta [e] da nossa natureza pode converter também em ganhos financeiros que podíamos canalizar para áreas que a população também necessita de nossa atenção”, disse Filipe Nascimento.

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