Investigação arqueológica quer colocar engenho de açúcar de Praia Melão na rota do turismo cultural

“Temos em mãos um local de memória extremamente importante que pode ser colocado na rota do turismo cultural, do atlântico que pode concorrer para que o país mostre ao mundo essa dimensão histórica”, disse a professora Nazaré de Ceita.

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Uma equipa de arqueólogos e historiadores está a realizar um estudo ao engenho de engenho de açúcar da Praia Melão, considerado como um dos mais antigos do atlântico, para conhecer a vida quotidiana dos africanos escravizados e outros elementos coloniais e as relações culturais deste património histórico que poderá entrar na “rota do turismo cultural”.

A escavação e pesquisa ao engenho de açúcar da Praia Melão está a ser desenvolvido pelo uma equipa coordenada pela professora universitária e Doutora em arqueologia e antropologia, Maria Dores Cruz e a professora Doutora em Ciências Sociais para Área do Desenvolvimento Socioeconómico e docente de história na Universidade de São Tomé e Príncipe, Maria Nazaré Ceita.

“Nos documentos referem realmente que Praia Melão era a Fazenda mais importante do país e chegou a ter em dada altura trezentos escravizados a trabalharem no engenho, mas nós não sabemos a história das pessoas que lá viviam ou trabalhavam”, disse a arqueóloga portuguesa, Maria Dores Cruz.

Segundo Maria Nazaré Ceita este projeto de investigação visa perceber “como é que foi a cultura local e a interação entre uns e outros”, naquele tempo.

Segundo os pesquisadores, artefatos descobertos durante a escavação falam da centralidade da produção de açúcar, mas também testemunham ligações com o continente africano.

“Em 2023, nas escavações encontramos material que está relacionado sobretudo com a produção de açúcar, encontramos alguns elementos cerâmicos, tudo que tem a ver com cozinha e com a vida quotidiana das pessoas, mas foi muito pouco”, relatou a arqueóloga portuguesa.

A equipa está a mobilizar financiamentos para a continuidade do projeto, sublinhando que poderá levar o país “para uma análise histórica internacional”.  

“Neste momento precisamos de financiamentos substanciais (…) estamos a tentar organizar um projeto multidisciplinar com pessoas com valências de várias áreas e que seja uma colaboração entre instituições internacionais que tragam valências que não existem em São Tomé e as instituições em São Tomé nomeadamente a Universidade de São Tomé e Príncipe que é a nossa organização de acolhimento” explicou a arqueóloga Maria Dores Cruz.

As valências turísticas do projeto também foram destacadas pela professora Nazaré de Ceita.

“Temos em mãos um local de memória extremamente importante que pode ser colocado na rota do turismo cultural, do atlântico que pode concorrer para que o país mostre ao mundo essa dimensão histórica”, disse a professora Nazaré de Ceita.

O projeto é da responsabilidade da Faculdade de Ciências da Universidade de São Tomé e Príncipe.

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