“Eu não sei o que eu devi esses militares que eles querem me matar” – Lucas sobre 25 de novembro

Além da pensa de 15 anos de prisão, Lucas foi condenado a pagar uma multa ao Estado no valor de 200 mil dobras, cerca de 8 mil euros.

País -
Rádio Somos Todos Primos

O único civil envolvido no ataque ao quartel militar são-tomense, Bruno Afonso, conhecido por Lucas, voltou ao público para reafirmar a sua versão e detalhes sobre o que teria acontecido no quartel das Forças Armadas na noite de 24 para 25 de novembro de 2022.

Após ter sido condenado em dezembro do ano passado a 15 anos de prisão pelos crimes de alteração violenta do Estado de direito e detenção de armas proibidas, e enquanto aguarda em liberdade pela decisão do recurso apresentado ao Supremo Tribunal de Justiça, Bruno Afonso, reafirmou a acusação contra várias chefias militares.

“Eles próprio fizeram para eu não ter medo deles”, disse Lucas em conferência de imprensa, contando em detalhes as agressões sobre o falecido Arlécio Costa.

“[Eles colocaram] Arlécio numa cadeira, em baixo da varanda de quartel [e], com mãos para trás, sem sapatilha, sem cinto”, contou.

Bruno Afonso ainda teme pela sua vida e espera que a justiça seja feita.

“Eu não sei o que eu devi esses militares que eles querem me matar”, disse Bruno Afonso, que revelou ter sido vítima de várias agressões antes da chegada da PJ ao quartel neste dia.

Numa conferência que durou quase duas horas, Lucas conta que todo este acontecimento, afetou a sua família.

“Eu não tenho mulher mais, minha casa eu não posso pisar, estou a viver agora, Deus é quem sabe”, afirmou.

Lucas foi condenado a pagar uma multa ao Estado no valor de 200 mil dobras, cerca de 8 mil euros.

No entanto, o seu advogado falou sobre a remessa da parte do processo para o Tribunal Militar.

Miques João sublinhou que neste momento “de acordo com o despacho geral feito por juiz em que Lucas foi julgado separadamente”, o juiz em causa passou a competência ao tribunal militar para julgar o arguido de todo o caso de 25 de novembro.

“Ou seja, teremos o novo julgamento que em princípio deve começar já […] e aquele processo tem réu preso, deveria tramitar nas ferias judiciais”, disse Miques João.

O advogado de Defesa de ´Lucas` disse esperar que o julgamento seja realizado mais breve possível.

“Porque vai se julgar o suposto ou possível golpe de estado que o Ministério Público acusa o Lucas e os outros, e os assassinatos, torturas que aconteceram no quartel”, frisou.

De ressaltar que, além do processo sobre o assalto ao quartel, o MP acusou 23 militares no processo sobre homicídio de quatro assaltantes que estavam sob a custódia das FASTP, na sequência da alegada tentativa do golpe de estado.

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