São Tomé e Príncipe prepara para implementar o primeiro Plano Nacional de Adaptação Climática

O projeto, iniciado em junho de 2022, decorre de um pedido formulado pelo governo são-tomense para fazer face aos impactos das mudanças climáticas, especialmente nos países em desenvolvimento, após a COP16 realizada em 2010.

Ambiente -
Plano Nacional de Adaptação Climática

São Tomé e Príncipe está a desenvolver o primeiro Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, no âmbito do projeto “Reduzir a Vulnerabilidade de São Tomé e Príncipe aos Impactos das Mudanças Climáticas, Reforçando a Capacidade do país para implementar uma abordagem Integrada de Planeamento da Adaptação”.

“A atual realidade global das mudanças climáticas coloca grandes desafios aos decisores, tornando-se cada vez mais necessário adotar um processo de planeamento sistemático e eficaz de adaptação para lidar com seus impactos”, afirmou a ministra do Ambiente, Nilda da Mata, na cerimónia de abertura do workshop sobre “A elaboração do Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas” realizado na CACAU.

Nilda da Mata destacou que apesar de a taxa de emissão de gases com efeito de estufa ser muito baixa em São Tomé e Príncipe, tem havido efeitos visíveis das mudanças climáticas no arquipélago, incluindo o acelerado aumento do nível do mar, que tem causado severa degradação e salinização costeira, aumento da incidência de inundações repentinas, diminuição das chuvas e consequente redução dos caudais dos rios, além de eventos climáticos extremos mais intensos e clima altamente variável.

NAP

“Estes impactos comprometem as iniciativas de desenvolvimento destinadas a aliviar a pobreza, promover o desenvolvimento sustentável e construir uma nação mais resiliente”, acrescentou a ministra.

O projeto para o desenvolvimento do Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas (NAP) é liderado pelo Ministério do Ambiente, através da Direção Geral do Ambiente e Ação Climática, e executado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), com financiamento do Fundo Verde para o Clima (GEF).

Trata-se de um processo de planificação com o objetivo de reduzir os impactos negativos das mudanças climáticas, envolvendo uma ampla gama de partes interessadas, desde ministérios, direções, autoridades locais, sociedade civil até atores do setor privado, bem como as comunidades.

“A elaboração do plano visa priorizar soluções de adaptação às mudanças climáticas para o país e atrair investimentos e financiamentos adicionais para a adaptação”, afirmou Eva Comba, representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Comba também mencionou a reabilitação e restauração dos mangais e das florestas como soluções principais para reduzir as mudanças climáticas, visando proteger a população contra a erosão costeira, as tempestades e o aumento do nível do mar.

O plano, que contém uma série de medidas para enfrentar as mudanças climáticas, será submetido ao financiamento para ser executado posteriormente, segundo o coordenador do NAP, Victor Bonfim.

NAP

A Diretora Geral do Ambiente e Ação Climática, Sulisa Quaresma, anunciou que uma equipe de consultores internacionais chegará a São Tomé e Príncipe ainda este ano para trabalhar com os consultores nacionais na identificação de cenários climáticos a fim de orientar medidas concretas de adaptação em diferentes setores da economia.

O workshop “Descentralização, Integração Vertical e Envolvimento das Partes Interessadas Governamentais e Não-Governamentais em São Tomé e Príncipe”, realizado na Casa CACAU na quarta-feira, contou com a participação de várias organizações interessadas em contribuir para a redução da vulnerabilidade do país aos impactos das mudanças climáticas e fortalecer sua capacidade para implementar uma abordagem integrada no planejamento e execução do NAP em São Tomé e Príncipe.

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