Arlindo Chissano tem 55 anos, e tornou-se deficiente físico desde os 7 anos por consequência da febre amarela, mas ao longo dos anos adquiriu o gosto pela costura, profissão que desempenha até ao momento além de presidir a associação dos deficientes físicos.
“Eu comecei a trabalhar na alfaiataria Jordão, mas o que eu estive a ver com a entrada de fardo no país, os alfaiates começaram a ter uma quebra muito grande, e eu dei uma fugida até Luanda, comecei a fazer as minhas costuras em Angola [no ano 2000]”, disse o alfaiate.
Anos depois, Chissano regressou à São Tomé, mas porque não quis optar apenas pela costura, por isso retornou para Angola, desta vez para estagiar e formar como jornalista desportivo, mas percebeu que a costura era a sua profissão ideal.
“Eu fiz um teste em estádio de cidadela, eu fui aprovado e mandaram-me ir ao estúdio para estar na sintonia com os pré-jornalistas que estavam nos campos [de futebol] e eu consegui dar uma prova, e nesta prova eu disse, talvez eu vou deixar de ser alfaiate para seguir a carreira jornalística, mas depois eu disse que eu viria para São Tomé para conseguir debater, mas eu não consegui”, contou.
Enquanto alfaiate, Chissano diz enfrentar muitos desafios sobretudo na aquisição de um espaço para empregar outras pessoas, principalmente os deficientes.
“Estou à procura de um espaço maior para que eu possa realizar o meu atelier e dar mais empregos às pessoas, porque eu quero ter um atelier para empregar pelo menos 12 pessoas”, disse Chissano.
“Eu tendo este atelier já seria muito bom, é um passo muito grande para elas empregarem, mas nem um espaço eu estou a conseguir e o Governo não tem como ajudar-nos para ter um espaço na cidade ou a berma da estrada para dar emprego as pessoas”, acrescentou.
Arlindo Chissano considera que para ser alfaiate em São Tomé e Príncipe é necessário ter muita paciência e ser muito corajoso.
Além de ser alfaiate e presidente da Associação dos deficientes Físicos de São Tomé e Príncipe, Arlindo Chissano, também exerce as suas atividades em alguns dias como motoqueiro, não se deixando limitar pela deficiência.