Um total de cinco casas foram reduzidas às cinzas e quatro ficaram parcialmente queimadas, na noite de segunda-feira, em Potó-Potó, e 9 ficaram destruídas no Bairro Água Tomá, em Neves, distrito de Lembá, bem como uma viatura, em incêndios que não causaram “vítimas mortais”.
As chamas que terão iniciado por volta das 23 horas, era percetível a intensidade ainda bem distante. Os bombeiros estiveram no local, mas não conseguiram evitar o rasto de destruição que começou de forma sinistra, no quarto de uma mãe de dois filhos que relata o acontecimento.
“Senti o fogo no quarto e quando eu fui, eu vi o fogo e tirei os miúdos que estavam dentro do quarto e coloquei fora da casa, depois peguei num balde com água e atirei em direção ao fogo […] mas o fogo veio em minha direção, então eu não consegui mais tirar nenhum documento, não consegui tirar nada, porque é o primeiro dia a ver fogo”, conta a sinistrada, Mila Pires dos Santos.
“Eu apanhei um susto, porque [depois de atirar a água], o fogo ainda veio contra mim, eu perdi tudo, não consegui tirar de lá nada, por favor, eu preciso de ajuda”, acrescentou a sinistrada que é mãe de dois menores.
A proprietária da residência, Menta Pita conta que apesar de ter perdido tudo neste incêndio, foi um momento de alegria por ter “conseguido salvar os seus filhos” menores de idade que estavam dentro da residência a dormir.
“Era muita coisa que poderia acontecer, mais eu consegui bater [a parede da casa] e chamar, o mais velho despertou, abriu a porta e o portão de entrada e eu consegui entrar na casa [para tirar todos eles]”, contou Pita.
“Eu fiquei bem triste, perdi todas as minhas coisas e eu não sabia como é que o fogo veio, e eu vi para esta casa e nem tem um mês, e fiquei sem telefone, sem nada, apenas fiquei com um par de roupa no corpo”, lamentou Celmira Rodrigues, outra sinistrada.
Entretanto, no inicio da chama, um menor estava em risco de vida, mas acabou por ser salvo, graças a ação desta mãe que conseguiu entrar na residência para resgatar o seu filho menor.
“A parte mais triste é o menino mais novo [porque] já estávamos a perder a esperança, não estávamos a conseguir mesmo para tirar o menino, porque o meu filho mais velho entrou, depois saiu, quando ele sai, ele sai sem o menino na mão [e voltou a entrar pela segunda vez], quando ele sai, ele diz que não dá para tirar o menino, porque era muito fumo […] então eu tive que entrar também, porque assim eu não ia viver tranquila, e quando eu entrei foi fácil localizar [o menino] e sair para fora”, contou a proprietária da residência, Menta Pita.
Estas famílias clamam por ajuda, principalmente para as crianças que perderam todos os materiais escolares, numa altura em que iniciou na segunda-feira, no país, o segundo período do ano escolar 2024/2025.
“Quem tiver vontade e que tiver um bom sentimento mesmo, que sabe que as crianças precisam de proteção procurem por mim […] eu peço ajuda com estas crianças”, apelou Menta Pita.
“Eu quero ajuda, preciso muito de ajuda neste momento, porque estou sem nada, os meus filhos não foram para escola, não tenho nada, só estou com uma roupa no corpo que me deram”, apelou Mila Pires dos Santos, a outra sinistrada.
Mais dois incêndios este ano a deixar várias famílias sem teto, desta vez nas localidades de Potó-Potó e Bairro Água Tomé, Neves, na Ilha de São Tomé.
Contactos, em caso de ajuda:
9990796 – Menta Pita
9972681 – Celmira Rodrigues
9807647 – Mila Pires dos Santos
