A vida, o pensamento e o legado do político independentista da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, é o tema que está a ser apresentado na Tenda do Chapitô, Lisboa, num monólogo denominado ‘Amílcar Geração’ com interpretação do conceituado ator são-tomense, Ângelo Torres, visando assinalar os 50 anos da morte de Cabral, uma das figuras mais marcantes da história contemporânea.
A peça que foi escrita por Guilherme Mendonça, está a ser apresentada desde o dia 17 de janeiro, com término para o dia 20 do mesmo mês (a partir das 21 horas), um espetáculo que convida a todos a refletir sobre o impacto de Cabral, transportando para três momentos fundamentais da sua história: memórias, luta e um diálogo intemporal com o público que vai acontecer na tarde de hoje, domingo, 19 de janeiro, a partir das 17 horas.
Ângelo Torres nasceu em 1966, na Guiné Equatorial e é filho de pais santomenses. Formado em Engenharia Termodinâmica no Instituto Lazaro Cardinas, Cuba, é na 7.ª Arte que encontrou o seu caminho profissional.
Tornou-se ator de teatro em 1991, com “Missão”, de Heine Müller, e foi o protagonista do aclamado filme “Nha Fala” (Flora Gomes, Guiné-Bissau, 2002).
Realizador do documentário “Mionga Ki Ôbo – Mar e Selva”, de 2005, rodado em São Tomé e Príncipe, um filme que retrata os mitos e mistérios da ilha e revela a história e os costumes dos Angolares, para quem a pesca e o mar são símbolos de afirmação.
Ângelo Torres é um dos membros da companhia de teatro portuguesa Griot, fundada maioritariamente por artistas afrodescendentes, pela necessidade premente de criarem, pelos seus próprios meios, espaços onde pudessem exprimir as suas inquietações perante o mundo através do trabalho artístico.
Com participações em vários projetos televisivos, o de maior destaque foi a novela luso-angolana “A Única Mulher” (TVI, 2015), onde destacou-se encarnando a figura de “Norberto”.
Em 2017, foi homenageado no encerramento das Festas Multiculturais 2017, na Baixa da Banheira e Vale da Amoreira (freguesias da Moita), em reconhecimento ao trabalho que tem vindo a desenvolver ao longo da carreira de mais de 20 anos no mundo das representações teatrais e da televisão.
Em 2022, com a vontade de levar para os palcos grandes nomes da história africana, Ângelo deu corpo e voz a Amílcar Cabral, através do monólogo Amílcar Geração, de Guilherme Mendonça, na qual tem interpretado até os dias de hoje.