O coordenador da Polícia Judiciária na Região Autónoma do Príncipe foi detido e ficou em prisão preventiva, no quartel regional, por suspeitas de prática de um crime de abuso sexual de uma menor de 14 anos que ficou grávida, segundo o Ministério Público e o pai da menor.
“Em causa estão factos suscetíveis de integrarem, por ora, 1 um crime de abuso sexual de uma menor de 14 anos, previstos e punidos pela legislação penal são-tomense. Efetivada a detenção, com a coadjuvação da Polícia Judiciária e submetido ao primeiro interrogatório judicial e em conformidade com o requerimento do Ministério Público, foi aplicado ao arguido a medida de coação prisão preventiva“, lê-se numa publicação na página do Ministério Público no facebook.
O Ministério Público acrescenta que “o referido processo, que continua em investigação, permanece em segredo de justiça”, sem avançar mais detalhes.
No entanto, em declarações à RSTP o pai da adolescente, revelou que a menina que frequenta a oitava classe está grávida fruto do abuso.
“Assim que ele descobriu que a criança está grávida, ele manteve em sigilo, disse para ela não me contar, dava ela alguns dinheiros sempre na mão, por isso que a situação prolongou. Mesmo eu descobrindo ele sempre mexia a mente da miúda, sempre está a ligar para miúda e falar com ela duas ou três vezes, prometeu a menina viagem para São Tomé”, revelou Valdemar Monteiro.
“Quando ele percebeu que a coisa está mal para o lado dele, é que ele está a dizer a miúda que ele já comprou terreno, está a limpar para fazer casa [para ela]”, acrescentou.
Valdemar Monteiro, revelou que fez a denúncia do caso desde Dezembro do ano passado, assim que teve o conhecimento da situação.
“No meio da população, alguém me chamou a dizer se eu já ouvi o que aconteceu com a minha filha […] então, eu cheguei em casa, chamei a minha mulher e ela confessou [que a menina está grávida]”, contou Valdemar Monteiro à RSTP.
Valdemar Monteiro apelou as autoridades para agirem seriamente contra os que praticam este crime de abuso sexual e colocam em causa o futuro das crianças.
“[Espero que] as autoridades trabalhem mais sobre esses assuntos, porque não é normal alguém ter uma filha para que essas pessoas que conhecem a lei que sabe o que é mal e o que é bem para agir assim. Eu neste momento posso dizer que a vida da minha filha está um pouco privada, porque ela encontra-se na oitava classe e cada criança tem o seu sonho”, reforçou Monteiro.
Recentemente, duas figuras públicas conhecidas no país, o cantor Haylton Dias, uma das principais vozes da música são-tomense, e o deputado são-tomense, Nenésio Afonso, foram condenadas por 13 e 25 anos de prisão, respetivamente, por crimes de abuso sexual menores.
