Degradação de infraestrutura condiciona o desenvolvimento do turismo em STP

O governo são-tomense já possui um plano estratégico de turismo e marketing, financiado pelo Banco Mundial, que define as ações necessárias para transformar este setor em São Tomé e Príncipe.

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A degradação das infraestruturas, com destaque para estradas e pontos turísticos tem condicionado o desenvolvimento do turismo em São Tomé e Príncipe, segundo alertam empresários e profissionais deste sector que defendem um trabalho coletivo para reverter a situação.

Para sair com um turista e fazer alguns roteiros, eu preciso estar munido das condições necessárias para a rota que vou percorrer com o turista, se me deparo com várias dificuldades, como as que são bem conhecidas em São Tomé, o fator estrada, acabo apresentando um serviço deficiente”, disse à RSTP o guia turístico Edney Diogo.

O Presidente da República, Carlos Vila Nova defendeu que “o turismo é uma atividade promissora em São Tomé e Príncipe” e apelou ao novo Governo liderado por Américo Ramos para que “continue a desenvolver politicas amigas dos operadores”.

Politicas suscetíveis de animar essa atividade e capaz de atrair cada vez mais visitantes“, precisou o chefe de estado, aquando da cerimónia de tomada de posse do XIX Governo Constitucional.

A especialista em Turismo, Nelsy Sousa considerou que “é preciso maior envolvimento e coordenação entre todos os setores da sociedade”, para que o país alcance o desenvolvimento sustentável do turismo.

O turismo é um setor transversal. O turismo mexe com as infraestruturas, saúde, agricultura e pesca, ambiente, portanto, todos nós podemos dar o nosso contributo, desde que saibamos o que estamos a fazer, por exemplo, alguns comportamentos que nós temos tido nas praias, o lixo que é deixado nas praias, é um comportamento errado”, disse a especialista em turismo.

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O fato de usarem as vias pública para satisfazerem as suas necessidades básicas, é outro comportamento que não se adequa aquilo que é a prática de um destino turístico, nós devemos preservar, ter o nosso espaço limpo e de certa forma, mais bem ornamentado, portanto, todos nós devemos contribuir para o setor do turismo, até porque um turista que visita um destino, ele quer conhecer os estilos de vida, quer visitar os mercados, as roças, experimentar a gastronomia típica” completou.

O governo são-tomense já possui um plano estratégico de turismo e marketing, financiado pelo Banco Mundial, que define as ações necessárias para transformar este setor em São Tomé e Príncipe.

Apelo ao governo, especialmente porque é um documento que já existe, foi financiado pelo Banco Mundial e atualizado após a pandemia, esse documento reflete o que podemos fazer para melhorar o setor do turismo. A ação do setor privado na estratégia de promoção do destino é fundamental, e é importante que todos nós tenhamos a mesma visão do tipo de turismo que pretendemos“, reforçou a especialista.

Walter Ramos, um dos guias turísticos do país entende que “é preciso dinamizar mecanismos mais ambiciosos para este setor” em São Tomé e Príncipe.

“Há que se ver que a ilha em si é considerada por todos que tentam conhecer a ilha, sempre chamam São Tomé, da ilha maravilhosa, [e isso] já é um dos instrumentos valiosos para que a direção de turismo e não só, tirasse vantagem neste nome privilegiado”, defendeu Ramos.

No entanto, os guias turísticos de São Tomé e Príncipe afirmam que estão a sofrer invasão de indivíduos que se intitulam guias de turismo no país, prejudicando a qualidade do serviço dos trabalhadores desta área.

Já tentamos várias vezes informar a direção de turismo sobre essa situação e solicitamos que tomem medidas para acabar com essa prática“, disse Walter Ramos.

Edgener Santo, outro guia turístico sublinhou que “no aeroporto, alguns taxistas que fazem o transfer, pegam os turistas e começam a iludir, sugerindo que façam passeios com os mesmos”.

É importante destacar que ele é taxista, e não é guia de turismo. No hotel, quando o turista chega e faz perguntas sobre passeios ou aluguel de carro, muitas vezes o (a) rececionista, em vez de encaminhá-lo para os guias credenciados e formados, acabam chamando um parente ou amigo que não tem nada a ver com o setor turístico”, criticou.

Em fevereiro deste ano, foi inaugurada a escola nacional de Hotelaria e Turismo, com capacidade para acolher mais de 100 alunos.

Espero sinceramente que este ato de inauguração da Escola de Hotelaria e Turismo de São Tomé e Príncipe, seja de reconhecimento e valorização do setor do turismo e que contribua para o seu desenvolvimento sustentável a fim de impulsionar o crescimento e o desenvolvimento das nossas ilhas“, disse a ministra da Educação, Cultura, Ciência e Ensino Superior, Isabel Abreu durante a cerimónia de inauguração.

No ano passado, a Direção Geral do Turismo e Hotelaria apresentou o novo plano estratégico e de marketing para o turismo de São Tomé e Príncipe, projetando medidas para o crescimento do setor no horizonte 2030.

O documento foi elaborado em 2018 com o apoio do Banco Mundial e recentemente revisto com objetivo de avaliar o grau da sua implementação e atualizá-lo, tendo em conta as mudanças no sector do turismo devido a pandemia da COVID-19.

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