Direção do Turismo atualiza estratégia para o crescimento do turismo até 2030

Segundo Eugénio Neves o documento aponta “a necessidade de maior valorização do turismo pelo poder político, definição de um modelo de desenvolvimento turístico mais assente no desenvolvimento das comunidades através da ação das câmaras distritais, melhorar as capacidades institucionais da direção geral do turismo”.

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A Direção Geral do Turismo e Hotelaria apresentou na quinta-feira, 21 de setembro, o novo plano estratégico e de marketing para o turismo de São Tomé e Príncipe, projetando medidas para o crescimento do setor no horizonte 2030.

O documento foi elaborado em 2018 com o apoio do Banco Mundial e recentemente revisto com objetivo de avaliar o grau da sua implementação e atualizá-lo, tendo em conta as mudanças no sector do turismo devido a pandemia da COVID-19.

“Esta revisão envolveu um exercício de priorização das ações, críticas a serem implementadas nos próximos anos, tendo por base a análise dos dados atuais do setor, consultas com entidades governamentais, autoridades distritais, operadores privados, organizações não-governamentais, representantes das comunidades e outras entidades de relevo”, disse o Diretor-Geral do Turismo e Hotelaria, Eugénio Neves.

O responsável da Direção do Turismo referiu que “a revisão procurou incorporar no documento, a estratégia de transição para economia azul e os esforços para fortalecer as áreas protegidas e marinhas do país, bem como, iniciativas privadas e da sociedade civil para apoiar o turismo comunitário”.

“Além disso, foram identificados mecanismos financeiros ou oportunidades de investimentos, visando o desenvolvimento sustentável do turismo”, acrescentou Eugénio Neves, admitindo que “os trabalhos realizados, permitiram também identificar temas recorrentes que devem ser tratados” para que haja o sector do turismo “forte e bem-sucedido”.

Segundo Eugénio Neves o documento aponta “a necessidade de maior valorização do turismo pelo poder político, definição de um modelo de desenvolvimento turístico mais assente no desenvolvimento das comunidades através da ação das câmaras distritais, melhorar as capacidades institucionais da direção geral do turismo”.

Sublinha-se ainda a necessidade de formalizar a estrutura orgânica da Direção do Turismo “em documento legal do Governo, melhorar a produção de dados e estudos consistentes que permitem um melhor conhecimento e tomada de decisões relativamente aos investimentos do turismo”.

Eugénio Neves adiantou ainda, que este exercício permitiu identificar quatro áreas prioritárias que devem ser trabalhadas no horizonte 2030. Dentre elas estão “a capacitação dos profissionais do sector do turismo, a qualificação de infraestruturas de apoio ao turismo para elevar a qualidade da experiência do turismo, a comunicação que permite qualificar a gestão de canais digitais e comunicar de forma dinâmica e diferenciada com atuais e potenciais visitantes, e por último, o conhecimento, de forma a ter informações necessárias sobre o turismo”.

“Nós temos a certeza de que os esforços e a participação de todos serão possíveis alcançar os objetivos estratégicos deste plano”, concluiu o Diretor-Geral do Turismo.

Sandro Trigueiros, representante do Banco Mundial, afirmou que “a estratégia de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe deverá assentar-se no forte crescimento liderado pelo sector privado e na criação de emprego com vista alavancar a sua riqueza natural”.

“O diagnóstico sistemático do país, documento analítico do Banco Mundial, reconheceu o imenso potencial de sectores como turismo, agricultura e as pescas para impulsionar o crescimento e as oportunidades de emprego, especialmente através do aproveitamento do abundante capital natural do país”, disse.

O representante do Banco Mundial defendeu ainda, a necessidade de o país colmatar as deficiências “ao nível da governação e da capacidade institucional, tanto em termos de coordenação, como de aplicação de políticas apropriadas” para a realização efetiva do plano estratégico e de marketing de turismo.

“O país tem pela frente vários desafios, incluindo estrangulamentos nas infraestruturas, conectividade limitada e um ambiente empresarial difícil que dificulta o investimento privado” disse Sandro Trigueiros. 

“Apesar destes obstáculos, o Banco Mundial continua otimista em relação ao potencial turístico de São Tomé e Príncipe”, reforçou.

Por outro lado, o Ministro de Planeamento, Finanças e Economia Azul, Genésio da Mata sublinhou que o ano 2030 “é um horizonte que poderá permitir ao destino potenciar o seu trabalho em prol das metas estabelecidas ao nível mundial em diversos sectores”.

“Na sequência do impacto da pandemia [da COVID 19] na atividade turística nacional e global, foi premente a atualização deste plano estratégico para colocar novamente o sector na senda do crescimento pré-covid e em simultâneo preparar o futuro total do sector de mecanismo para tornar mais responsável, mais sustentável e mais resiliente”, disse o ministro.

“Este documento estratégico revisto e atualizado, traduzido em programas, projetos e ações, permite-nos sustentar e consolidar os objetivos estratégicos já previstos em 2018, nomeadamente, preparar São Tomé e Príncipe para o turismo numa lógica sustentável com impactos positivos no desenvolvimento local, contribuir para a preservação dos espaços naturais, melhorar a experiencia e alavancar a notoriedade de São Tomé e Príncipe enquanto destino turístico, qualificar, unificar e consolidar a qualidade da oferta e melhorar o desempenho do turismo como um todo”, observou Genésio da Mata.

As definições desses objetivos e prioridades estratégicas contou com o envolvimento de entidades públicas e privadas, dentre os quais, o Governo Regional, câmaras distritais, associações privadas, parceiros internacionais.

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