Escritores da Realidade lançam primeira obra coletiva “Mentes Soltas” no dia 18 de março na CACAU

A obra que já estava concluída há alguns anos, e que precisava apenas de aquisição de pelo menos 250 exemplares, rondava cerca de 2 mil euros. Os jovens escritores revelaram que o grupo só teve apoio da presidência da república e de alguns amigos próximos.

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O grupo Escritores da Realidade, composto por 15 jovens escritores são-tomenses, vai lançar no dia 18 deste mês na Casa das Artes, Criação, Ambiente e Utopias (CACAU) a primeira obra coletiva intitulada “Mentes Soltas”, com a abordagem de temas diversificados, anunciou fonte oficial em entrevista à RSTP.

O livro contém um total de 26 textos, nomeadamente 24 contos e dois poemas, que revelam o que passa nas mentes soltas dos adolescentes.

Segundo o grupo que é coordenado pelo escritor e professor Pedro Sequeira as histórias abordam diversas temáticas direcionadas sobretudo aos adolescentes e jovens, incluindo a desigualdade social, maus-tratos sociais, discriminação, humildade, solidariedade, amizade, violência doméstica, conflitos de valores intergeracionais e também o imaginário mundo de aventuras.

Esta obra retrata muitas coisas que acontecem em São Tomé e Príncipe, por isso mesmo é bom ler e espero que ajude na mudança de comportamento de jovens, porque atualmente os jovens estão meio perdidos, nem sabem que direção tomar, então espero que essa obra contribua de qualquer modo”, avançou a secretária do grupo, Rute Neto.

A obra que já estava concluída há alguns anos, e que precisava apenas de aquisição de pelo menos 250 exemplares, rondava cerca de 2 mil euros. Os jovens escritores revelaram que o grupo só teve apoio da Presidência da República e de alguns amigos próximos.

Para termos esta obra na mão não foi fácil tivemos muitas despesas e ainda temos dívidas pendentes para pagar”, disse Rute Neto.

Nós metemos várias cartas, andamos, subimos, descemos, mas em termos financeiros só a Presidência da República que nos deu um apoio, mas foram os apoios individuais que foram fundamentais e nós tivemos pessoas que deram, pessoas que compraram livros de forma antecipada, recebemos apoio de várias ordens e por causa disso, hoje nós conseguimos efetivamente ter esta obra”, acrescentou Pedro Sequeira.

O coordenador considerou que “esta parte financeira é muito espinhosa e cansativa”, por isso lamentou o facto de não terem recebido nenhuma resposta das instituições onde foram dirigidas as cartas para o pedido de apoio.

Eram 2500 euros para nós podemos ter essa obra hoje e depois para nós lançarmos esse desafio que demorou muito tempo. O pior de tudo é que nós escrevemos cartas e as instituições nem sequer se dignifica em responder, gastamos alguma coisa, mas pelo menos para terem essa consideração connosco, ou para dizer que não têm disponibilidade financeira ou que não faz parte do projeto, pelo menos alguma satisfação […], as instituições nem sequer nos respondem”, lamentou Sequeira durante a entrevista.

Pedro Sequeira disse esperar que esta obra chegue a muitos jovens são-tomenses, principalmente, tendo em conta que foi um livro produzido “por jovens e para jovens”.

É uma obra histórica, algo nunca visto, jovens em São Tomé e Príncipe a decidirem ter um produto nas mãos, um livro feito por eles, e eu acredito que se conseguimos fazer com que este livro chegue as mãos de outros jovens, eles também poderão dizer, eu também posso ser escritor”, concluiu.

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