A 14.ª edição do exercício naval Obangame Express foi lançada oficialmente em São Tomé e Príncipe, envolvendo forças navais e de segurança de países do Golfo da Guiné e de nações aliadas, como os Estados Unidos, Portugal, Brasil, Tunísia, Namíbia, Gana e Nigéria, com o objetivo de reforçar a cooperação internacional no combate ao crime organizado no mar.
“O exercício Obangame Express 2025 representa um de entre muitos exercícios militares conjuntos, com apoio de parcerias nacionais e estrangeiras, que têm um condão não só de treino; mas, sobretudo, de persuasão contra os diversos ilícitos cometidos no mar”, destacou o primeiro-ministro, Américo Ramos.
O chefe do Governo considerou que o mar pode ser a solução para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, caso seja bem explorado.
“É verdade que, durante muito tempo, os países da região do Golfo da Guiné, particularmente São Tomé e Príncipe, estiveram de costas viradas para o mar; hoje, aqui, com a abertura deste que é o maior exercício militar virado para o mar, em que participam os países do Golfo da Guiné, mostra-nos que, de alguma forma, estamos encarando a realidade e posicionando-nos de frente para o mar, de forma a protegê-lo de maneira sustentável; virando lá aquilo que tem de melhor, contribuindo, assim, para a melhoria do bem-estar da nossa população”, afirmou.
Américo Ramos reconheceu que existem desafios persistentes no patrulhamento e fiscalização das águas do arquipélago.
“Tendo em conta as atuais capacidades da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, em termos de visualização do mar sob a jurisdição nacional, o nosso empenho é no sentido de dotá-la gradualmente de meios navais capazes de interceptar e punir os eventuais infratores”, adiantou o chefe do Governo.
O Obangame Express 2025 é considerado um dos maiores treinos de segurança marítima da África Ocidental, sendo financiado pelo Governo dos Estados Unidos da América.
“Nós, a Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, temos uma panóplia de quadros formados em várias áreas do saber; estamos aptos para trabalhar no reforço da segurança marítima da nossa região, contribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico do nosso país e a melhoria das condições de vida das nossas populações”, frisou o comandante da Guarda Costeira, Armindo Rodrigues.
“A segurança marítima não é algo que qualquer nação possa garantir de forma isolada; trata-se de uma responsabilidade compartilhada e a nossa segurança coletiva depende da nossa capacidade de colaborar e cooperar além-fronteiras. É por isso que este exercício é tão importante; ele nos oferece uma oportunidade de aprimorar nossas habilidades, construir confiança e desenvolver respostas coordenadas, essenciais para enfrentar as ameaças marítimas atuais”, sublinhou ,o chefe da cooperação Militar da Embaixada do EUA, Jason Hotalen.
A cerimónia decorreu nas instalações da Guarda Costeira e foi presidida pelo primeiro-ministro, Américo Ramos, contando com a presença de representantes militares, autoridades civis e parceiros internacionais.