Dezenas de pessoas manifestaram exigindo a libertação de Miques João indiciado por abuso sexual

Justiça -
Miques (1)

Dezenas de pessoas entre apoiantes e familiares do advogado Miques João, protagonizaram uma manifestação na tarde de quarta-feira, em São Tomé, exigindo a libertação do jurista que se encontra preso preventivamente desde sexta-feira, indiciado pela pratica do crime de abuso sexual de uma menor.

“É verdade que aqui em São Tomé muita gente tem medo de mostrar o rosto, de protestar. Há muita gente que não sabe o que é manifestação e também há a questão da perseguição. Assim como está a acontecer com o Miques, qualquer um que viesse aqui poderia ser perseguido. Os que vieram são corajosos, assim como eu”, declarou Aldazilza Batista, esposa de Miques João.

Os manifestantes alegam que a detenção e prisão de Miques João deve-se ao posicionamento do advogado que tem exigido o julgamento dos acontecimentos dos acontecimentos de 25 de novembro de 2022, em que quatro homens foram torturados e mortos, sob custódia dos militares, na sequencia de uma tentativa de golpe de Estado.

“Toda a gente sabe que o advogado Miques João estava a travar uma luta contra um sistema, tentando esclarecer um fato que deixou muito mal o nosso São Tomé e Príncipe. Estamos a falar da matança que ocorreu no quartel no dia 25 de novembro de 2022”, afirmou o jornalista da Televisão Santomense, Genisvaldo Nascimento.

“A prisão de Miques João tem a ver com a forma como ele encarou de frente o sistema. A prisão de Miques João tem a ver com como ele denunciou o Patrice Trovoada. A prisão de Miques João tem a ver com os ataques de Patrice Trovada”, declarou o ex-ministro da agricultura, disse Francisco Ramos.

O manifestante também criticou a forma como disse ter ocorrido a detenção de Miques João.

“Foram para a casa de Miques João sete polícias, bem armados, com duas carinhas, para ir buscar Miques João, como se Miques João fosse um criminoso autêntico“, relatou.

Para o jornalista da televisão são-tomense Genisvaldo Nascimento, a justiça está a colocar em causa a paz social em São Tomé e Príncipe

“Há toda a gente a entender que há alguma coisa de fundo por detrás de tudo isso, cada passo que as autoridades são-tomenses dão levam-nos a compreender que querem, de todas as formas, encobrir um crime que está debaixo dos olhos de toda a gente. Se quiserem proteger os patrões ou alguma pessoa da qual esteja a investir muito dinheiro nelas, que façam, mas que encontrem outra forma de fazer, que não façam essa aberração que estão a fazer, que comprometem-nos a paz social, que comprometem-nos o país todo” acrescentou, o jornalista, Genisvaldo Nascimento acrescentou .

Miques

Entretanto, Miques João continua em prisão preventiva, mas a família e os seus apoiantes prometem continuar com outros protestos.
Segundo a família, desde terça-feira que o jurista suspendeu a greve de fome após ter passado mal e recebido assistência médica no Centro de Saúde de Água Grande.

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