PR apela as autoridades judiciais para dar celeridade ao processo do Miques João

Miques João Bonfim foi detido pela Polícia Judiciária são-tomense, no dia 7 de maio, por suspeita de abuso sexual de uma menor de 11 anos e posto em prisão preventiva dois dias depois, na qual foi aplicado a medida de coação mais gravosa de prisão preventiva, apurou a RSTP junto às fontes judiciárias.

Justiça -
Carlos Vila Nova

O Presidente da República, Carlos Vila Nova apelou às autoridades judiciais para darem mais celeridade ao processo que envolve o advogado Miques João Bonfim, mas defendeu que o ativismo político e social do advogado não deve impedir a investigação da denúncia de abuso sexual de menor.

Um caso é uma denúncia, uma investigação e uma detenção por pressuposto abuso sexual. Outra coisa, estamos na presença de um ativista/político na área social, uma coisa é o ativismo e outra coisa é o tratamento da denúncia nos fóruns da justiça”, precisou Carlos Vila Nova.

O chefe de Estado que falava durante a conferência de imprensa, no final de uma visita a Autoridade Geral Aduaneira, disse que espera que a justiça são-tomense “clarifique e decida o caso” de forma a “evitar toda essa situação que se passa nas redes sociais”.

Eu volto a referir-me as redes socais [porque] é preciso que quem lá vai frequentemente, tenha capacidade de análise, para não estar submetida a orientação e ao pensamento dos outros. […] Por isso que eu peço as pessoas a ter aquela capacidade, vejam, tenham um bocado de análise [porque] nem tudo que se vive nas redes socias corresponde a verdade”, referiu Vila Nova.

Miques João Bonfim foi detido pela Polícia Judiciária são-tomense, no dia 7 de maio, por suspeita de abuso sexual de uma menor de 11 anos e posto em prisão preventiva dois dias depois, na qual foi aplicado a medida de coação mais gravosa de prisão preventiva, apurou a RSTP junto às fontes judiciárias.

Para o chefe do Estado, o crime de abuso sexual de menores é, hoje, “a maior razão do aumento da população prisional” em São Tomé e Príncipe.

Então, estamos na presença de um ativista conhecido, por uma causa, por muito nobre que seja, eu não retiro o mérito quanto a isso, mas, agora não podemos é pegar numa coisa, misturar e pôr no mesmo pacote, separa-se e resolva-se”, defendeu o Presidente da República, Carlos Vila Nova.

Miques João Bonfim, conhecido pela defesa dos civis do assalto ao quartel de 25 de novembro, estava a ser investigado há algum tempo pela suspeita de abuso sexual da irmã da sua mulher, que vivia ao cuidado do casal, segundo uma das fontes.

Numa declaração em direto na rede social Facebook, na terça-feira, Miques João, que tem a inscrição suspensa pela Ordem dos Advogados, negou a acusação e afirmou estar a ser alvo de uma cabala política a mando do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada.

Infelizmente, São Tomé e Príncipe ficou assim, as pessoas são compradas, as pessoas são pagas, as pessoas são mesquinhas ao ponto de se dar ao luxo e venderem-se para ganhar dinheiro e pôr em causa a imagem, o bom nome e a integridade das pessoas”, acusou.

Miques João Bonfim é um advogado contestatário do sistema judicial e judiciário são-tomense que assumiu a defesa do único civil acusado e condenado no processo do assalto ao quartel militar de 25 de novembro de 2022, que resultou na morte de quatro homens que estavam sob a custódia dos militares.

Desde então tem feito várias acusações públicas contra magistrados, políticos e outros advogados que considera estarem a violar as leis em defesa do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, bem como contra as chefias militares acusadas no processo, mas que até ao momento não foram julgadas.

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