51º aniversário da mulher são-tomense: “51º anos de força, igualdade e consolidação da paridade”

“E eu gostaria que em breve fosse decretado feriado nacional, porque as mulheres tiveram um papel muito importante. As mulheres estavam decididas, estavam resolutas, convencidas daquilo que queriam”.

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Rádio Somos Todos Primos

São Tomé e Príncipe celebrou nesta sexta-feira, 19, o 51.º aniversário do Dia da Mulher Santomense, sob o lema “51 anos de força, igualdade e consolidação da paridade”, numa cerimónia que reuniu entidades governamentais e mulheres que atuam em diversas áreas do desenvolvimento nacional.

A data celebrativa, que remete à histórica manifestação das mulheres são-tomenses em 1974, quando exigiram a independência do país, teve o ato central no Palácio dos Congressos.

O Presidente da República, Carlos Vila Nova, que presidiu o ato cerimónia, referiu o papel da mulher são-tomense como “indiscutível na construção do país”, apesar dos desafios.

“As mulheres de possuírem em média o rendimento inferiores aos homens, conseguiram arranjar mecanismos de resistência, de sobrevivência e de adaptação face às novas realidades que se foram impondo, isto é, uma oportunidade ímpar de reconhecermos  o valor indiscutível das mulheres na construção do nosso país”, disse o Presidente da República, Carlos Vila Nova.

Desafios recorrentes como a violência doméstica, o desemprego e abuso sexual de menores ainda são visíveis e constantes na vida das mulheres. Durante o discurso, o Chefe de Estado acrescentou ser importante “reafirmar o compromisso em continuar a combatê-los”.

“A violência doméstica, o abuso de menores, o desemprego… é amplamente reconhecido que as mulheres são as mais afetadas durante as crises sobretudo económicas, pois, não enfrentam apenas a dificuldade de manter os empregos, mas a pressão para permanecer em casa, […] assim, mais do que reconhecer as referidas dificuldades, importa reafirmar o compromisso de continuar a combatê-las”, ressaltou.

 Vera Cravid, Ministra da Justiça, Assuntos Parlamentares e Direitos da Mulher apontou as conquistas das mulheres, sendo, a lei da paridade aprovada em 2022, como uma representação prática do “grito de 1974”.

“As conquistas legislativas como a lei da paridade, que garante uma representação mínima de 40% de géneros em listas e cargos políticos são a materialização formal do grito de 1974. Esta legislação com os seus mecanismos de aplicação robusto demonstram o compromisso institucional profundo em traduzir a igualdade de género do discurso para a prática”, salientou a Ministra.

A cerimónia, que reuniu mulheres de diversas esferas sociais, também serviu para partilhar sonhos e ambições sobre o papel da mulher na sociedade e reforçar a importância desta data

“Este dia mostra-nos que não foi em vão a luta das mulheres em 1974, por isso que hoje comemoramos ainda esta data. É especial porque acredito que nós mulheres vamos dar e fazer pelo nosso país”, disse a professora Mardginia Pinto.

A fisioterapeuta Maria Dória, que presenciou o ato de 1974, referiu que a celebração deste dia é de grande importância.

“É um dia muito importante e eu gostaria que em breve fosse decretado feriado nacional, porque as mulheres tiveram um papel muito importante. As mulheres estavam decididas, estavam resolutas, convencidas daquilo que queriam”, disse.

A cerimónia ficou ainda marcada por várias actividades culturais palestra e também a nomeação da poetisa Conceição Deus Lima como a embaixadora cultural de São Tomé e Príncipe.

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