Os moradores e camponeses da comunidade de Água Arroz contestaram a alegada venda de um terreno comunitário por um funcionário do Cadastro e exigiram a intervenção das autoridades para a anulação da venda e a responsabilização dos envolvidos.
De acordo com os residentes, o terreno foi entregue à comunidade há vários anos e tem sido utilizado para atividades desportivas e para o cultivo de produtos agrícolas que servem de sustento a várias famílias da zona.
“Estou aqui neste preciso momento para reclamar a situação deste pólo desportivo da nossa zona. Este pólo desportivo todos nós jogamos bola aqui, desde os mais novos até os mais velhos, e chega ao meu conhecimento que estão a tomar este lugar para fazer uma via”, disse Arqueleu Nascimento, residente.
“Todos nós que temos família e que dependemos deste campo para nossa sobrevivência, já não temos mais espaço para trabalhar”, lamentou o Zito, camponês.
A população considera que a venda do terreno foi tomada de forma abusiva, unilateral e sem transparência.
“Depois da morte do Carlos Tiny, o Osvaldo Nascimento, funcionário do Cadastro, organizou um grupo de jovens de São Marcos, entrou no meu espaço e me destruiu 5 mil plantas de malagueta, então fui a autoridade coloquei dois processos mas até agora o ministério público não me chamou”, acrescentou o Zito.
Os moradores exigem que as autoridades intervenham no caso, a fim de anular a venda e responsabilizar os envolvidos.
“Se o governo não intervir nisto vai ter grande história aqui em Água Arroz. Estou muito revoltado com tudo isto, então este é o apelo que deixo, porque o país tem um Presidente, Primeiro Ministro e Ministra da Justiça que podem resolvem este problema”, apelou o camponês.