“Mas que brincadeira é essa?” João Seria diz que não recebe nenhum apoio do Governo

O músico de 72 anos quer que a sua história de vida seja contada num livro. Com 51 anos de carreira como músico, General João Seria queixou-se da falta de apoio por parte do governo santomense e pediu para que fizessem mais pela cultura nacional. “Não há nenhum governo para ter vergonha na cara?” questionou.

Cultura -
Rádio Somos Todos Primos

João Seria tem 72 anos e 51 deles foram dedicados a carreira musical. Em entrevista ao Programa Perguntas Incómodas o conceituado cantor santomense disse que é mais valorizado pelos outros países do que pelo seu próprio.

“Sinto-me feliz, porque não estão a me dar bofetadas, estão a me dar bens, eu me sinto feliz, sinto feliz. Porque, como é que é  possível, Angola, Cabo Verde, Portugal, França, Holanda, Bélgica, Gana me dão oportunidades, e a minha terra, onde eu nasci não me dão oportunidades?  “O governo não paga nada para mim, (as passagens), os estrangeiros é que pagam tudo para eu ir lá cantar, para representar São Tomé e Príncipe. Mas que brincadeira é essa? Não há nenhum governo para ter vergonha na cara? questionou.

O General reconhece o apoio do público, mas defendeu que o governo precisa fazer mais por aqueles que levam o nome de São Tomé e Príncipe para outras paragens do mundo.

“Não recebo nada do governo santomense, nem da direcção geral da cultura, nenhum subsídio, nenhuma reforma financeira. Não quero ser homenageado quando eu morrer, com discursos, histórias, e outras coisas. Quero tudo isso em vida” avavnçou.

Enquanto não chegam as homenagens do Governo são-tomense a produção do programa “Perguntas Incómodas” da RSTP, apresentado por Solange Salvaterra Pinto, convidou alguns músicos e cantores santomenses como Mesaro Soares, Filipe Santos, Ybaguay Quaresma, Felicio Mendes, Anastácia Carvalho e Leonildo Barros que renderam homenagem pública ao General João Seria.

Com a idade de 72 anos João Seria disse que ainda sonha em fazer vários espectáculos animando o público como sempre fez.“Quando começo a cantar no palco, pareço um jovem de 25 anos, porque é a inspiração, me sinto jovem quando estou no palco a cantar e dar alguns toques”.   

Olhando para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, o General da música são-tomense considera que “o país não está do jeito que deveria estar”.

“Tantos governantes que não se unem, para levar este país para frente. É necessário que deixem de política e pensem no desenvolvimento do país”, disse João Seria.

O mesmo disse ainda que gostaria que a sua história de vida fosse escrita num livro para que seja conhecida pelas gerações futuras.

“Futuramente quando eu não estiver mais neste mundo, para que o meu nome seja falado às novas gerações, é preciso que escrevam um livro sobre mim, contando as minhas histórias e letras das minhas músicas, para que as crianças aprendam a cantar e conheçam quem foi o General João Seria”.

João Seria já conta 51 de carreira musical, sendo 47 deles com a banda “África Negra”. A sua carreira começou na ilha do Príncipe no conjunto Cabana. Depois de uma curta inclusão no conjunto sangazuza, ingressou no conjunto África Negra e mantém-se como principal rosto e vocalista até os dias de hoje.

João Seria é considerado como a voz mais icónica e emblemática do São Tomé e Príncipe.  No seu repertório conta com os sucessos das seguintes canções: “Minuê bô bê cua cuê dá” ; “Carambola Nova Moca” ; “Aninha” ; “Plêdêlu” ; “Angélica”, e muitos outros.

Na conversa ao programa “Perguntas Incómodas”, da RSTP, o músico disse que o conjunto África Negra é o conjunto do seu de coração.

Últimas

Topo