Killa Z defende a criação de uma editora e mais investimento empresarial na música são-tomense

“Os são-tomenses consomem a música como um produto sentimental não pago […] e esse produto musical a maioria dos são-tomenses não pagam para ouvir, é uma sociedade que consome em grande medida, mas ainda de forma gratuita”, sublinhou Killa Z.

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O músico são-tomense Killa Z, defendeu a criação de uma editora para começar a se fazer músicas com mais qualidade em São Tomé e Príncipe, bem como um investimento empresarial nesta arte para que os fazedores da música atinjam patamares altos no mercado nacional e internacional.

“Nós estamos a falar de um investimento que é um investimento empresarial, nós estamos a falar de um milhão, dois milhões, cinco milhões, vinte milhões de euros, então são investimentos que são necessários para poder fazer a música com qualidade e colocá-las nas plataformas para poderem chegar ao grande público são-tomense e não só”, defendeu o músico são-tomense, na última edição do programa “Perguntas Incomodas” da RSTP.

“E enquanto o fazedor da arte não tiver um empresário, um patrocinador ou uma editora para que possa tratar de todas as plataformas artístico cultural para o artista sobressair, ele não conseguirá, entretanto, viver da música”, disse o músico são-tomense.

Killa Z sublinhou que no mundo capitalista “a música torna-se um produto rentável” para os fazedores da música, mas para que isso aconteça em São Tomé e Príncipe “é necessário que haja um empresário disposto a investir nesta arte”.

“Cabe aos empresários criarem uma plataforma empresarial que faça com que este produto [música] chegue à casa das famílias e tenham, entretanto, benefícios com isso”, ressaltou.

“A realidade neste momento é esta, nós os músicos são-tomenses não temos qualquer tipo de financiamento direto para a música e nem patrocínio, nem editora, então vamos fazendo apenas por amor à camisola.”, completou.

O músico são-tomense considera ainda que a música “é um produto que está num ciclo de negócio onde precisa-se investir e tirar o retorno para além daquilo que é a parte sentimental ou essencialmente da música”.

“E os são-tomenses consomem a música como um produto sentimental não pago […] e esse produto musical a maioria dos são-tomenses não pagam para ouvir, é uma sociedade que consome em grande medida, mas ainda de forma gratuita”, disse.

Um dos defensores do uso do crioulo forro nas letras das músicas, Killa Z é filho de enfermeiros e neto de um músico, e interessou-se desde muito novo pelas músicas antigas, ritmos que vão desde “o Mindelo, Kadecê, Tuna Super Trindadense” entre outros, mas também os chamados conjuntos, os Untués, Sangazuza, África Negra, os Leonenses do qual é completamente fã, principalmente do Pêpê Lima.

O artista que é habituado a juntar o Crioulo Fôrro ao estilo Rap/Hip Hop, lançou recentemente a música intitulada “Mais um Caso”, com a participação do cantor são-tomense, Vivick. A música retrata a realidade da sociedade são-tomense e aborda a perda de valores, da falta de investimento na cultura, na saúde e na educação.

“Esta música acho que eu escrevi mais ou menos em 30 minutos. Música como esta eu tenho mais de 100 escritas no telemóvel”, disse.

Killa Z é um dos membros fundadores do grupo/banda os “Vibrados” de S. Marçal, que em 2013/2014 lançou sucessos musicais como “Nón Môlê”, “Vida de Solê”, “Bô Buia” e entre outras.

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