Políticos transformaram jornalistas em “marionetes” com “financiamentos sorrateiros” – Abel Veigas

Abel Veiga afirmou que os jornalistas “foram viciados pelos políticos com os seus financiamentos sorrateiros, a compra efetiva de consciência, da dignidade e por isso está como está”,

País -
Abel Veiga

O jornalista e diretor do Jornal Tela Nón, Abel Veiga acusou a classe política são-tomense de transformar muitos jornalistas em “marionetes” com “financiamentos sorrateiros” e instalar a desunião na classe que considera não ter futuro.

“Os políticos, dirigentes desse país é que são os responsáveis pela desunião, pela degradação desta classe”, afirmou Abel Veiga numa intervenção durante a conferência realizada no dia 03 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Impressa.

Abel Veiga fez questão de sublinhar que trata-se de uma situação que perdura há vários anos no país.

“Há muita gente da nossa classe profissional que se transformou em marionetes dos políticos deste país e fazem os jogos dos políticos, por isto é que a classe e a comunicação social deste país está desfeita e não vai a lado nenhum, por causa da interferência e dos jogos dos políticos sobre a classe”, continuou.

Abel Veiga sublinhou que os profissionais de imprensa não têm um bom salário e que o jornalismo “não é uma atividade profissional que se enriquece, que se ganha dinheiro em qualquer parte do mundo”.

“É uma atividade de dignidade, que se exerce com honra e esses valores, infelizmente para a realidade são-tomense, foram viciados pelos políticos com os seus financiamentos sorrateiros, a compra efetiva de consciência, da dignidade e por isso está como está”, lamentou o jornalista.

Veiga apontou como “prova evidente” da falta de vontade política para mudar a situação os vários diplomas “que visam exatamente dignificar a classe, e que não são necessários apoios financeiros internacionais para implementa-los”, mas que os sucessivos Governos e grupos parlamentares não se implementam porque para ter os jornalistas nas mãos para “manipularem, para usarem, para financiar, para fazerem os seus jogos”.

“Devem ter-se esquecido de mim para fazer esse trabalho de cerceamento das televisões, da rádio e da imprensa porque eu não senti nada disso”, declarou o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, que tutela a comunicação social são-tomense.

Antes mesmo, Lúcio Magalhães havia assegurado que “o Governo assinala com preocupação todas as formas de limitação à liberdade de imprensa, pois tem a consciência e a certeza de que o pluralismo e a democracia pagam importantes tributos à liberdade de imprensa, à imprensa livre e ao profissionalismo”.

“O Governo sabe bem que não há país no mundo que se tenha desenvolvido de forma duradoura, consistente e sustentável impedindo a comunicação social de fazer o seu trabalho e isso inclui, para além do não cerceamente da atuação e de consciência, a criação de condições laborais condignas para o exercício da profissão, quais sejam melhores instalações e equipamentos, mais e melhor formação e capacitação, melhores condições salariais”, defendeu Lúcio Magalhães.

Últimas

Topo