Primeiro-ministro são-tomense nega interferências políticas na imprensa

Patrice Trovoada rejeitou este quadro defendendo que é preciso formar e capacitar as pessoas para que “se sintam à vontade quando estão a exercer a sua profissão” e enfatizou que o mundo está numa “grande transformação”.

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Patrice Trovoada

O primeiro-ministro são-tomense rejeitou as denúncias de jornalistas sobre a alegada interferência política na comunicação social, defendendo a necessidade de melhor formação para que os profissionais se sintam mais à vontade no exercício da profissão.

“Penso que não há interferência, honestamente acho que não há interferência”, reiterou Patrice Trovoada, quando questionado pelos jornalistas no seu regresso a São Tomé, no sábado, após quase um mês de ausência.

Na sexta-feira, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, vários jornalistas são-tomenses de órgãos públicos disseram à RSTP que a influência política tem condicionado a liberdade de imprensa no arquipélago associada aos baixos salários e à falta de meios.

“Nós fazemos censura a nós mesmos”, afirmou a jornalista Hermínia das Neves, considerando que “os jornalistas são dependentes e vivem praticamente na miséria” salarial “que o Governo dá” e “têm medo de acompanhar com mais pormenores as coisas que acontecem no país e divulgá-las”, muitas vezes por influência dos diretores dos órgãos de comunicação social estatais que são “há algum tempo escolhidos pelos partidos políticos”.

Patrice Trovoada rejeitou este quadro defendendo que é preciso formar e capacitar as pessoas para que “se sintam à vontade quando estão a exercer a sua profissão” e enfatizou que o mundo está numa “grande transformação”, pelo que os jornalistas de órgãos públicos têm que estar “mais bem formados” para “se sentir à vontade” e não “autocensurar-se ou não saber como lidar com certa situação”.

O primeiro-ministro defendeu que os outros órgãos de apoio e de controlo da liberdade da imprensa e do equilíbrio devem também fazer o seu trabalho.

“Creio que não se deve politizar tudo, hoje diria que o Governo está muito, mais muito interessado em ter uma comunicação social à altura também no que diz respeito na qualidade”, acrescentou.

O primeiro-ministro disse que o Governo está a trabalhar na questão da transição da Televisão Santomense (TVS) do sistema analógico para o digital, bem como no processo para a transformação da Rádio e TVS em empresas públicas, e que a taxa áudiovisual paga pelos cidadãos seja “revertida na totalidade para os órgãos de comunicação social estatais”.

 “Quando se vê os estúdios da TVS, honestamente a qualidade das imagens, embora o esforço dos profissionais, não atrai ninguém […] estamos de facto conscientes disso e teremos todos que trabalhar nisso sem ter nenhum receio dos jornalistas” referiu o primeiro-ministro.

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