Escritora cabo-verdiana apresenta a primeira obra em STP intitulada “Baskudja Identidadi”

Segundo a autora, o livro começou a ser trabalhado desde 2022, mas foi em 2023 que começou a ser apresentado publicamente na sua terra natal e expandiu para outros países do mundo, onde os cabo-verdianos residem, como Suíça, Rotterdam (Países Baixos), Luxemburgo, Lisboa (Portugal) e Paris (França).

Cabo Verde -
Crisálida CorreiaCrisálida Correia

A escritora cabo-verdiana, Crisálida Correia apresentou o seu primeiro livro em São Tomé e Príncipe, intitulado “Baskudja Identidadi” (Vasculhar Identidade, em português), uma obra que integra “grandes temas” como memória, meta-literatura, caminho longe, espaços geográficos, ficcionais e cartografia identitárias do arquipélago de insularidade.

O livro que foi apresentado na Casa das Artes, Criação, Ambientes e Utopias (CACAU), relata a vivencia cabo-verdiana, bem como a vivencia africana” e apresenta uma simbiose entre o português e o crioulo numa mistura rica de prosas, versos e contos, narrativas postulais que debruçam sobre a idiossincrasia e a essência da Nação crioula”.

Sobretudo dos povos dos PALOP´s e temos essa história em comum com São Tomé e Príncipe, por causa das cabo-verdianas e cabo-verdianos que foram trazidos para cá, para as roças, então essa história em comum faz-me trazer esta obra à São Tomé e Príncipe, mas é a obra que deve ir aonde os cabo-verdianos estão”, disse a escritora cabo-verdiana.

Segundo a autora, o livro começou a ser trabalhado desde 2022, mas foi em 2023 que começou a ser apresentado publicamente na sua terra natal e expandiu para outros países do mundo, onde os cabo-verdianos residem, como Suíça, Rotterdam (Países Baixos), Luxemburgo, Lisboa (Portugal) e Paris (França).

Foto: CACAU

A história cabo-verdiana, é uma história muito eurocêntrica na forma de contar, mas a nossa idiossincrasia é muito mais do que isso, nós em Cabo-verde, por sermos de uma mistura, temos essa dificuldade de perceber a nossa identidade, então a ideia era criar a aspetos da nossa realidade com os quais identificamos e exaltar”, frisou Correia.

Nós temos a nossa essência, temos os nossos costumes e os nossos valores que ao longo do tempo vai dar dinâmica, os nossos ancestrais já eram diferentes, nós agora somos diferentes, mas viemos de algum lugar, então houve a necessidade de trazer esta diferença na escrita entre a ancestralidade e o povo africano que se misturou com o povo europeu”, completou a escritora.

A cerimónia contou com a presença de várias pessoas convidadas, descendentes cabo-verdianos, bem como, amantes da literatura. A poetisa são-tomense, Conceição Lima que foi convidada a apresentar dois poemas contidos nesta obra, deixou algumas considerações.

É um livro bilingue que se intitula significativamente ´Baskudja Identidadi`, um título interpelativo, apelativo, profundo, orientador, um título que nos dá indicações sobre o conteúdo da dessa obra simultaneamente estática e de interpelação e intervenção social,” considerou a poetisa são-tomense.

Foto: CACAU

Maria “Crisálida Correia” nasceu a 06 de setembro de 1979, em Mato Gêgê de Engenhos, Santa Catarina de Santiago, Cabo Verde. Estudou na “Skola di vida” e Serviço Social e Políticas Públicas na Universidade de Santiago.

Fez Liderança, Inovação e Gestão de Desenvolvimento no IPP, Training of Trainers em Faro, Participação Política e Igualdade do Género em Brasília, Ingresing Young Women´s Participation of Political Process em Paris, Liderazgo Juvenil y Gornabilidad Democrática em Madrid, Juventude e Política do Desenvolvimento em Pequim. É atriz, investigadora em género e ancestralidade cabo-verdiana, formadora e ativista internacional de causas humanitárias.

Participou nos filmes que retratam identidade cultural cabo-verdiana: “Tradison na Alma” volume I; “Tradison na Alma” volume II; Destino de Maria Volume II; e Destino de Maria Volume III.

Foto: CACAU

Participou no livro de antologia: As Mulheres e os seus Destinos, volume I; As Mulheres e seus Destinos volume II. Escreveu poemas por duas vezes para a Revista Turimagazine. Foi dirigente da FCJ – Federação Cabo-verdiana da Juventude; Membro do FJCPLP – Fórum da Juventude Comunidade de Países de Língua Portuguesa; Presidente de LAJUSCA – Liga das Associações Juvenis de Santa Catarina; Presidente de ESTRELA JOVEM; Presidente da ADCOMG (Associação Para o Desenvolvimento Comunitário de Mato Gêgê)

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