Profissionais da saúde preparam paralisação, mas primeiro-ministro pede diálogo

“As coisas vão piorando cada dia que passa e nós tomámos a decisão de avançar”. “Até agora, nada que nós e o Governo temos estado a conversar não estão sendo cumpridas. Nós não estamos a acreditar mais no Governo.

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Os sindicatos dos profissionais de saúde anunciaram hoje que perderam a confiança no Governo e vão avançar com uma greve no dia 22 de novembro para exigir “condições mínimas de trabalho” e garantia de medicamentos e consumíveis para o sistema.

“Em janeiro deste ano, fizemos uma carta reivindicativa ao Governo, sentámo-nos, dialogámos, assinámos um memorando e nada foi cumprido por parte do Governo. As coisas vão piorando cada dia que passa e nós tomámos a decisão de avançar” com a greve, explicou a porta-voz dos sindicatos dos profissionais de saúde, Benvinda Vera Cruz.

Segundo Benvinda Vera Cruz a decisão foi aprovada “unanimemente” durante uma assembleia geral realizada hoje com os profissionais de saúde pertencentes aos sindicatos dos médicos, técnicos, enfermeiros e parteiras, e dos serviços gerais da saúde.

“Nós tivemos esse encontro com os membros, porque o problema afeta todas as classes dos profissionais, por isso mesmo nós convidamos todos os trabalhadores da saúde, numa assembleia que tivemos hoje e toda gente unanimemente” aprovou a paralisação, explicou a médica Benvinda Vera Cruz.

Os profissionais da saúde exigem credibilidade ao Governo na resolução das principais “reivindicações de sempre” que a classe tem apresentado, tendo citado a degradação das “condições de trabalho, a “falta de medicamentos e consumíveis” e os problemas no fornecimento energético hospitalar.

“Deem-nos essas mínimas condições para a gente trabalhar com dignidade”, apelou, salientando que a falta de condições “já começa a stressar” os profissionais da saúde que acabam por ser considerados “os culpados” e “crucificados por tudo” de mal que o sistema apresenta.

Benvinda Vera Cruz denunciou ainda que o recinto do hospital tem sido invadido por “cães que tentam morder e atacar as pessoas”, incluindo os profissionais de saúde, e verificou-se que colónias de ratos “criaram vários túneis nos edifícios”.

O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus reagiu ao pré-aviso de greve assegurando que o Governo está a trabalhar para encontrar soluções, mas “o diálogo tem que prevalecer”.

“Desde ontem [quinta-feira], encetamos contactos com a direção destes sindicatos. O ministro do Trabalho e Assuntos Sociais e o ministro das Finanças têm estado em conversações e isso vai continuar, e vamos ver como encontrar pequenas soluções e paulatinamente como resolvermos os problemas e ultrapassarmos o que for possível”, disse Jorge Bom Jesus.

O chefe do Governo afirmou que a greve “é um direito que assiste aos cidadãos e as várias corporações no sentido de reivindicarem e, em alguns casos com alguma legitimidade”.

Jorge Bom Jesus considerou que “nesta fase marcada pela pandemia há muita demanda, mas a capacidade de resposta, sobretudo em termos financeiros” não permite ao Governo “resolver tudo ao mesmo tempo”, tendo defendido que “o diálogo tem que prevalecer.”

“Até agora, nada que nós e o Governo temos estado a conversar e a acertar […]não estão sendo cumpridas. Nós não estamos a acreditar mais no Governo. O Governo precisa de nos dar essa credibilidade”, avanços a porta-voz dos sindivatos que ameaçam paralisar o sistema nacional de saúde a partir do dia 22 de novembro.

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