Governo são-tomense conta com parceiros para eliminar paludismo até 2030

A representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) recordou que “de acordo com os dados epidemiológicos registados nos últimos três anos, o país registou um recrudescimento de casos” que comprometeu “o objetivo de eliminação até 2025”.

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O Governo são-tomense manifestou-se hoje confiante de que, com ajuda dos parceiros internacionais, irá alcançar a meta de eliminar o paludismo até 2030, apesar do reaparecimento de vários casos nos últimos três anos e dos 1.700 registados este ano.

“Um dos nossos principais objetivos é alcançar a certificação internacional de São Tomé e Príncipe como um país livre do paludismo até 2030. Este é um desafio ambicioso, mas estamos determinados a torná-lo uma realidade”, declarou a ministra da Saúde e Direitos da Mulher de São Tomé e Príncipe, no ato central do dia mundial de luta contra o paludismo que hoje se assinala.

No entanto, Ângela Costa admitiu que ainda existem “vários desafios”, nomeadamente “a falta de recursos financeiros e técnicos em certas áreas, bem como as dificuldades geográficas e infraestruturais”, exigindo “abordagens criativas e colaborativas” para fortalecer os “sistemas de vigilância, melhorar a cobertura de intervenções preventivas e garantir o acesso equitativo aos serviços de saúde em todo o país”.

“Apesar desses desafios, estamos confiantes de que, com o apoio contínuo de nossos parceiros internacionais, a dedicação de nossas equipas de saúde e o compromisso de nossas comunidades, podemos superar essas barreiras e alcançar nossa meta de um São Tomé e Príncipe livre do paludismo”, afirmou.

No ato central realizado na Faculdade de Ciências da Universidade de São Tomé e Príncipe, a ministra da Saúde sublinhou que São Tomé e Príncipe “tem feito avanços significativos no combate ao paludismo graças aos esforços do Governo e apoios dos parceiros de desenvolvimento e o trabalho árduo” dos profissionais de saúde.

“O acesso aos diagnósticos e tratamentos melhorou substancialmente, resultando em uma redução notável na incidência da doença em muitas comunidades. Além disso, nossos esforços em educação e prevenção têm sido incansáveis, orientando as nossas populações a protegerem-se e as suas famílias contra esta enfermidade”, precisou Ângela Costa.

Segundo dados apresentados no evento, de janeiro até hoje o país registou 1.700 casos de paludismo dos quais 99,4% são originários do arquipélago e 0,6% foram importados de outros países da costa africana, resultando em 68 casos, equivalente a 4%, hospitalizados.

O distrito de Água grande registou mais casos (666), seguido de Mé-zóchi com 387, Lobata com 378, Cantagalo com 130, Lembá com 115, e a ilha do Príncipe que em tempos estava perto da erradicação da doença, tem o registo de 16 casos.

O distrito de Caué, no sul de São Tomé é o único que não regista casos de paludismo.

“Isto não é preocupante porque como se sabe nos períodos de chuva os casos aumentam, como é natural […] nós ainda não fugimos ao limiar epidemiológico, portanto não podemos dizer que há uma situação de gravidade”, disse à Lusa, o diretor do Centro Nacional de Endemias, Bonifácio Sousa.

A representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) recordou que “de acordo com os dados epidemiológicos registados nos últimos três anos, o país registou um recrudescimento de casos” que comprometeu “o objetivo de eliminação até 2025”.

Françoise Bigirimana assegurou que “a OMS está a intensificar o seu apoio técnico” a São Tomé e Príncipe “para eliminar os obstáculos à eliminação” do paludismo, prevendo em 2024, para várias atividades e estratégicas”, entre as quais a avaliação da eficácia terapêutica dos medicamentos utilizados para tratar o paludismo, a avaliação da aceitação pública das intervenções de luta contra o paludismo e desenvolvimento de uma estratégia de comunicação integrada adaptada ao contexto do arquipélago.

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