Jorge Bom Jesus anuncia solução para demissão de ministro da Saúde “nos próximos dias”

Na última edição do programa Resenha da Semana da RSTP, os analistas consideraram que Edgar Neves foi o ministro da Saúde que governou na altura em que o setor recebeu mais verbas nos últimos anos, mas deixa o ministério em mau momento.

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Jorge Bom Jesus

O primeiro–ministro, Jorge Bom Jesus, garantiu para os próximos dias a solução para a vaga no ministério da Saúde, após o pedido de demissão do tutelar da pasta, Edgar Neves, na sequência de críticas aos profissionais do setor.

“O ministro da Saúde falou em discurso direto e à imprensa. Naturalmente é um ser humano como qualquer outro, com forças, fraquezas e limites. Colocou o seu lugar a disposição, nós estamos a analisar”, disse hoje Jorge Bom Jesus.

O chefe do Governo realçou que “os problemas existem todos os dias” e prometeu “encontrar soluções”, que serão anunciadas “nos próximos dias”.

O ministro da Saúde de São Tomé e Príncipe, Edgar Neves, revelou no sábado que apresentou a sua demissão do cargo ao primeiro-ministro na quinta-feira, dia 20 de janeiro.

“É hora de passar o testemunho a outros que provavelmente possam ter melhores ideias e mais meios financeiros para melhorarmos o sistema e o serviço nacional de saúde (SNS), para o bem de todos os são-tomenses”, anunciou.

Sem apontar uma razão concreta para o seu pedido de demissão, Edgar Neves não deixou de fora os opositores ao Governo que, disse, “não descansaram em tratar da pior forma possível alguns dirigentes deste país, utilizando tudo e mais alguma coisa”, mesmo em contexto de pandemia.

“Infelizmente é mais fácil para muita gente falar daquilo que é negativo e esquecem-se de se pronunciar sobre o que é positivo”, criticou.

Edgar Neves explicou que tomou a decisão depois de uma “consulta profunda”, feita de forma “madura e estruturada”, e de falar com a família, amigos mais íntimos e com o partido e garantiu que o seu pedido tem “caráter irreversível”.

Na declaração de sábado, Edgar das Neves aproveitou para enumerar obra feita, desde o controlo do paludismo, HIV/SIDA e tuberculose, a manutenção do programa alargado de vacinação, o programa de rotina, ou a vacinação contra a covid-19.

Na última edição do programa Resenha da Semana da RSTP, os analistas consideram que Edgar Neves foi o ministro da Saúde que governou na altura em que o setor recebeu mais verbas nos últimos anos, mas deixa o ministério em mau momento.

A médica e analista Ana Maria Costa, que trabalha num dos hospitais em Portugal, considerou que o ministro da saúde “sai tarde, em más horas”.

“Sai tarde porque sai pela porta de fundo. Teve que sair depois de todo esse mal estar, estas incongruências e este conflito com toda a área da saúde e esse ‘tnunami’ que acabou por provocar. Sai em más horas porque o país está numa situação má. Estão os profissionais descontentes, falta tudo e ao meio de uma pandemia e no pico, como nunca a covid-19 chegou a atacar São Tomé e Príncipe”, explicou a médica.

“Eu sempre defendi que não deveriam demitir o doutor Edgar Neves para ele não dizer que não o deixaram concluir o trabalho. Agora quando ele se demite é bom […]. É irónico que o doutor Edgar Neves no final diz que abre espaço para quem tem melhores ideias e financiamento, sendo o ministro que mais financiamento recebeu na saúde nos últimos 20 anos”, apontou Celsio Junqueira, analista e antigo diretor do Hospital Central Ayres de Menezes.

Já o analista Liberato Moniz considerou que Edgar Neves foi “um ministro felizardo” porque “devido à pandemia”, foi o que “mais apoios financeiros recebeu em São Tomé e Príncipe”.

“É precisamente neste momento em que nós tivemos mais apoios financeiros e mesmo a balança de pagamento de São Tomé e Príncipe nos últimos 3, 4 anos deve ter sido das melhores nos últimos 46 anos, [mas] eu tenho o sistema de saúde pior, eu tenho os médicos a reclamarem que não têm o mínimo para salvar vidas em São Tomé e Príncipe, então eu acho que este ministro devia ser sido demitido há muito mais tempo”, considerou.

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