Mardginia Pinto é a primeira mulher são-tomense Mestre em Teatro

“A mulher que me tornei hoje devo ao teatro, não foi fácil, mas consegui, e tu também podes conseguir”, disse Mardginia Pinto em entrevista à RSTP

Cultura -
Mardgi Pinto

Mardginia Pinto, é a primeira mulher são-tomense mestre em Teatro, fruto de uma bolsa do PROCULTURA em Artes Cénicas na Universidade de Évora, em Portugal e quer introduzir a educação artística na escola para ajudar na valorização desta arte e da cultura são-tomense.

Em Declarações à RSTP, Mardginia Pinto realçou que “sem a bolsa, seria impossível realizar este sonho”.

“Sinto-me uma pessoa realizada, com responsabilidade de levar o bom nome da nossa cultura para mais além”, disse a atriz, frisando que o teatro para si é “arte, vida e amor”.

Embora as artes cénicas em São Tomé e Príncipe não sejam muito valorizada e estar a diminuir, em números dos fazedores ou grupos, Mardginia Pinto garantiu que “tem havido trabalhos com grandes qualidades”.

“Acho que com o apoio do PROCULTURA, conseguiremos ter muitos quadros formados e assim poder introduzir a educação artística na escola, o que ajudará muito na valorização desta arte como também da nossa cultura”, sublinhou.

Para que o Teatro venha a ser valorizado em São Tomé e Príncipe, a atriz assegurou que os próprios fazedores desta arte devem valorizá-la.

“Isto porque, se nós próprios não valorizamos o nosso trabalho, quem valorizará por nós?”, questionou, defendendo que “é preciso criar uma associação de atores onde possam trabalhar em parceria de forma a lutar para um só objetivo que é elevar o teatro e o bom nome de São Tomé e Príncipe”.

Mardginia Pinto revelou que a sua paixão pelo teatro começou desde muito nova, na escola e na igreja. No entanto, a sua carreira como atriz, começou depois de uma formação organizada em 2004 na roça de São João dos Angolares (Teia de Arte), conjuntamente por João Carlos Silva e o malogrado Nelson Vaz.

“[João Carlos Silva] é uma pessoa a quem agradeço muito, porque foi a partir dali que criamos o grupo de teatro Caravana Africana, onde alimentei o meu sonho de ter mestrado em teatro”, completou.

“Para ser um bom ator ou atriz não basta apenas ter talentos, tem que ter amor e dedicar-se muito, trabalhar muito, procurar a cada dia melhorar, investigar mais. E sobretudo auto valorizar o que faz”, disse a mestre em teatro que apelou aos jovens que gostam desta arte, principalmente as mulheres, que “sigam em frente” porque o teatro não ensina apenas a ser ator ou atriz, mas “ensina também a ser uma pessoa forte, empática, criativa e dinâmica”.

“A mulher que me tornei hoje devo ao teatro, não foi fácil, mas consegui, e tu também podes conseguir”, precisou Mardginia Pinto.

Mardginia Lucy D´’Abreu Nicolau Pinto, nasceu a 23 de Abril de 1983. É casada, licenciada em Língua Francesa e agora Mestre em Artes Cénicas.

Além de ser atriz, é professora de francês, presidente do grupo teatral Caravana Africana, co-fundadora e Vice-presidente da associação Mamã Catxina e colaboradora da Academia de Líderes Ubuntu de São Tomé e Príncipe (ALUSTP) e animadora de teatro na Fundação da Criança e da Juventude.

Foi a primeira mulher e até agora única candidata à liderança do Conselho Nacional da Juventude.

Em 2010 recebeu o diploma de Mérito na Escola Preparatória Patrice Lumumba e recentemente foi distinguida com o prémio “The African Figures of the Biennium 2020/2022” da organização africana, Coligação da Juventude dos PALOP (CJP), na categoria da Liderança Cívica e Boa Governança.

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