Governo promete iniciar reconstrução da ponte de Ribeira Funda com recursos próprios em duas semanas

“Nós não vamos esperar até que os nossos parceiros tenham as suas regras para desbloquear dinheiro. Nós não vamos esperar dinheiro de ninguém […] daqui ao máximo de duas semanas a obra vai começar”, prometeu, o ministro Osvaldo Abreu.

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O Governo são-tomense prometeu iniciar em duas semanas a reconstrução da ponte de Ribeira Funda com recursos próprios, após dificuldades impostas pelo Banco Africano de Desenvolvimento no desembolso de 1,2 milhões de euros de financiamento anunciado no mês passado.

A promessa foi feita hoje pelo ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais, Osvaldo Abreu, quando negociava com os taxistas de Lembá à suspensão do bloqueio da circulação entre o norte de São Tomé e a capital do país por causa da degradação da via alternativa à ponte de Ribeira Funda construída há mais de um mês.

“Nós preparamos as cartas todas [de solicitação de interesse], enviamos para as empresas, as empresas já responderam às cartas, quando chegámos ao momento para começar a avaliação, vem o Banco Africano [BAD] dizer que temos que recomeçar tudo de novo”, explicou Osvaldo Abreu aos taxistas e populares.

Osvaldo Abreu realçou que o Governo trabalhou “de acordo com as regras do país” e em sintonia com o Tribunal de Contas e a Procuradoria Geral da República, mas o BAD exigiu a recomeço de todo o trabalho para serem feitos de acordo com critérios da instituição, mas o executivo não vai esperar mais.

“O Governo de São Tomé e Príncipe não vai esperar mais para que os parceiros venham nos dizer o que é que nós temos que fazer”, afirmou o ministro, assegurando que já foram dadas instruções ao Instituto Nacional de Estradas (Inae) “para começarem o processo de avaliação” das empresas e concluírem a contratação para o início das obras no período de duas semanas.

“Nós não vamos esperar até que os nossos parceiros tenham as suas regras para desbloquear dinheiro. Nós não vamos esperar dinheiro de ninguém […] daqui ao máximo de duas semanas a obra vai começar”, afirmou o governante, embora esperando que a obra possa “começar antes”.

O ministro acrescentou que o Governo não vai “esperar [por] nenhum banco, nenhum parceiro” que não avança com o dinheiro, mas vai “cumprir as regras, de acordo com as leis” porque “ninguém quer ver o seu nome manchado por querer fazer obras e resolver o problema do país”.

 “Essa história que está a acontecer agora, é para os governantes deixarem de má-fé porque nós estamos a sofrer, estamos a sofrer muito e muito. Eu não quero saber da estrada de Lembá, quero saber daqui [ponte de Ribeira Funda]”, disse um morador ao ministro das Infraestruturas.

Osvaldo Abreu prometeu que uma empresa de construção civil vai realizar intervenções para melhorar a via alternativa em Ribeira Funda e permitir a circulação com mais segurança e pôr fim às reclamações dos taxistas que alegam prejuízos devido ao aumento do nível mar e à água salgada que tem danificado peças das viaturas.

O presidente da Câmara de Lembá, Albertino Barros alertou que neste distrito a chuva tem sido constante, pelo que a melhoria da circulação “deve ser uma alternativa para pouco tempo para se pôr em ação a reconstrução da ponte”.

O autarca acrescentou que outras pontes do distrito de Lembá, nomeadamente a ponte Contador e Paga Fogo “também estão em iminência perigosa e são infraestruturas que requerem intervenção com urgência”.

“Neste momento o distrito está parado, são funcionários da educação, da saúde que vêm para trabalhar e também a ida de combustíveis para cidade, as palayês [vendedoras de peixe] que levam os seus produtos, praticamente hoje tudo ficou parado”, disse Albertino Barros.

O trânsito entre Lembá e São Tomé esteve cortado desde a madrugada de hoje por taxistas em protesto pela degradação da ponte de Ribeira Funda, destruída no mês passado pelas fortes chuvas em São Tomé e Príncipe.

“Decidimos fechar a via, porque isso está a afetar toda gente, não só os taxistas. Cada um tem o seu carro, mas isso não está a afetar o Governo, nós que estamos em baixo é que estamos a sofrer”, disse à Lusa o taxista Aldmiro Lima, nas primeiras horas do dia.

Entretanto, o protesto foi suspenso no final da tarde, mas os taxistas prometeram retomar o bloqueio da circulação na quinta-feira até que o problema seja resolvido.

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