Associação dos Diplomatas Santomenses contra recrutamento “surpresa” autorizado pela MNE

A ADS refere que desde que chegou à chefia do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a ministra Edite Ten Jua “deliberadamente” “absteve-se de encetar possíveis negociações com o seu colega do ministério das Finanças de forma a prosseguir e terminar o concurso para o ingresso de novos diplomatas, iniciado pela sua antecessora”, Elsa Pinto.

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Rádio Somos Todos Primos

A Associação dos Diplomatas Santomenses contestou um “surpreendente e inesperado concurso” autorizado pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Edite Ten Jua para recrutamento de novos diplomatas, numa altura em que está “a escassos dias do final do seu mandato”, facto que os diplomatas consideram prejudicar a imagem do ministério.

“De modo a evitar recorrer a outros expedientes, bem como levar este facto a outras instâncias, a ADS serve-se da presente a fim de desaconselhar veementemente a senhora ministra na prossecução deste surpreendente e inesperado concurso, a escassos dias do fim da sua missão neste ministério, considerando que a prossecução desta pertinácia não coloca apenas em causa as nossas conquistas, mas, sobretudo belisca a imagem do Ministério e dos seus servidores”, lê-se numa carta assinada pelo presidente do conselho executivo da ADS, Aberto Pereira.

Na carta, datada de quinta-feira, a Associação dos Diplomatas Santomenses (ADS) refere que tomou conhecimento de que a ministra dos Negócios Estrangeiros, Edite Ten Jua, “despachou favoravelmente uma informação/proposta solicitada à Direção Administrativa e Financeira deste ministério, visando a abertura de um concurso público para o recrutamento de novos diplomatas” e que, “embora personalidades conceituadas e de prestígio tenham declinado convites para integrar a equipa de júri, tal iniciativa tem avançado”.

A ADS refere que desde que chegou à chefia do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a ministra Edite Ten Jua “deliberadamente” “absteve-se de encetar possíveis negociações com o seu colega do ministério das Finanças de forma a prosseguir e terminar o concurso para o ingresso de novos diplomatas, iniciado pela sua antecessora”, Elsa Pinto.

“Estranhamente, a escassos dias do final do seu mandato, pretende iniciar um processo de recrutamento para ser homologado pelo seu sucessor”, refere a ADS.

A ADS reconhece que o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades “carece de quadros para o exercício da diplomacia”, tendo em conta “o envelhecimento da carreira, associado à fuga de quadros para organismos internacionais”.

“Somos, portanto, de igual opinião que a estratégia deve passar indubitavelmente pelo recrutamento em massa de novos ativos com vista a executar a política externa do Estado são-tomense”, sustenta.

A ADS sublinha que desde “a sábia gestão do então embaixador Carlos Tiny” enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros em 2008 que “este ministério reforçou de forma marcante a cultura de transparência e de competência em todo o processo de admissibilidade de novos diplomatas, pelo que, numa lógica progressista”, defende a preservação de “tais práticas e princípios, que são bons e recomendáveis”.

São Tomé e Príncipe realizou eleições legislativas, autárquicas e regional do Príncipe no passado 25 de setembro.

A Ação Democrática Independente (ADI), lideraa pelo antigo primeiro-ministro Patrice Trovoada, venceu as eleições legislativas, com maioria absoluta de 30 deputados, segundo os resultados definitivos divulgados pelo Tribunal Constitucional.

O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), do atual primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, que procurava um segundo mandato nestas eleições, recebeu 25.287 votos, equivalentes a 18 deputados.

A terceira força política no parlamento são-tomense, com cinco eleitos, será a coligação Movimento de Cidadãos Independentes – Partido Socialista / Partido de Unidade Nacional (MCIS-PS/PUN, mais conhecido como ‘movimento de Caué’, distrito no sul da ilha de São Tomé), após ter tido 4.995 votos.

Mais votos, mas menos mandatos, foi o resultado do movimento Basta – que absorveu o histórico PCD e acolheu ex-membros da ADI. O Basta, que tinha como um dos cabeças de lista o presidente do parlamento, Delfim Neves, avançou pela primeira vez para as urnas e obteve um total de 6.788 votos, elegendo dois deputados.

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