Funcionários do instituto das Obras Públicas iniciam greve por tempo indeterminado

A representante dos trabalhadores do INOPU disse ainda que o caderno reivindicativo contém outros pontos nomeadamente “o aumento do salário, a nomeação dos diretores e chefes de departamentos, a promoção de carreira”, bem como a “melhoria de condições administrativas”.

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Rádio Somos Todos Primos

Os funcionários do Instituto Nacional de Obras Públicas e Urbanismo (INOPU) de São Tomé e Príncipe iniciaram hoje uma greve por tempo indeterminado, reivindicando a implementação de um acordo assinado com o Governo anterior e homologado pelo atual executivo para aumento salarial e condições de trabalhos. 

“Quando o atual Governo entrou fizemos uma reunião com o nosso ministro das Infraestruturas, no dia 06 de dezembro e nessa reunião selámos um memorando de entendimento de acordo com o nosso caderno reivindicativo, só que infelizmente desde esta data até então nenhum dos pontos do memorando de entendimento foi cumprido, então tivemos que retomar a nossa greve”, disse à RSTP a porta-voz dos trabalhadores, Gisela Trindade.

Em setembro do ano passado os trabalhadores do Instituto Nacional de Obras Púbicas e Urbanismo (INOPU) estiveram em greve que se prolongou por mais de um mês, sem chegar ao entendimento com o anterior governo liderado pelo ex-primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus.

No caderno reivindicativo de então e agora apresentado ao novo Governo, liderado pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada, os trabalhadores exigem que sejam entregues a instituição “2% sobre o custo total da supervisão de todas as Obras do Estado e as obras privadas de grande volume”, de acordo com o decreto-lei 07/2020 aprovado pelo Governo anterior.

“Na reunião que fizemos com o ministro das Infraestruturas [Adelino Cardoso] na semana passada, dia 12, ele infelizmente não nos deu uma luz positiva ao nosso favor, até mostrou que tentou implementar os 2% no Orçamento [Geral do Estado] só que infelizmente uma entidade [da Direção] do Orçamento excluiu esse ponto dizendo que o nosso diploma aprovado pelo anterior Governo e [promulgado] pelo Presidente da República é inconstitucional”, explicou Gisela Trindade.

A representante dos trabalhadores do INOPU disse ainda que o caderno reivindicativo contém outros pontos nomeadamente “o aumento do salário, a nomeação dos diretores e chefes de departamentos, a promoção de carreira”, bem como a “melhoria de condições administrativas”.

“A nossa condição de trabalho é muito precária, não temos transportes suficientes para os nossos serviços que são completamente insuficientes e nós estamos a lutar para esta melhoria”, disse a representante dos trabalhadores.

“Nós sabemos que as Obras Públicas é importante para o país, ela parada pode causar transtornos futuros, mas é a nossa luta, ela vem desde o ano passado e não queremos parar em relação a isso”, advertiu, adiantando que estão disponíveis para o diálogo com o Governo para encontrar soluções para as reivindicações dos trabalhadores.

Esta é a primeira greve realizada pelos funcionários públicos são-tomense desde a posse do Governo liderado pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada, também presidente da Ação Democrática Independente (ADI) que venceu as últimas eleições legislativas de 25 de setembro do ano passado com a maioria absoluta de 30 dos 55 deputados do parlamento são-tomense.

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