Universidades Lusófonas querem mais apoios e aproveitamento de conteúdos científicos

O reitor da Universidade Federal do Pampa, no Brasil, Roberlaine Ribeiro Jorge considerou que há muitas pesquisas realizadas pelas universidades da AULP, mas defendeu que “o fomento tem que ser maior por parte dos governos e financiadores”.

Educação -
Rádio Somos Todos Primos

Os representantes das universidades de língua portuguesa defenderam hoje em São Tomé mais aproveitamento pelos decisores políticos e governos das contribuições científicas produzidas na lusofonia, e mais apoio aos projetos de investigação.

O apelo foi lançado no final do 33.º encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), que reúne cerca de instituições 140 membros cujo representantes estiveram reunidos desde segunda-feira na capital são-tomense, sob o tema “Ambiente e Economia Azul”.

“O nosso país recebe as universidades da língua portuguesa com satisfação e a responsabilidade de acolher um tema e um grupo de pessoas a todos os títulos especiais”, disse Isabel de Abreu, ministra da Educação, Cultura e Ciências de São Tomé e Príncipe.

No seu discurso de encerramento do encontro, Isabel de Abreu sublinhou que “o papel do ensino superior nas suas vertentes de formação, de investigação e de apoio à comunidade é absolutamente essencial” para o conhecimento do mundo, defendendo que as universidades mais antigas trabalhem “a par com as universidades mais jovens, promovendo-se assim nessa relação a mobilidade de pessoas e a circulação do conhecimento”.

O presidente da AULP, João Calvão da Silva sublinhou que o encontro “se pautou por um elevadíssimo grau de excelência académica, científica, cultural”, augurando que “de facto traga resultados práticos”, e que os contributos que serão publicados nas atas e textos científicos “possam suportar a ação dos decisores políticos” e dos governos dos países das universidades da AULP.

Para João Calvão da Silva, a AULP e os falantes da língua portuguesa espalhados pelo mundo são um “ativo efetivo que se consolidou” durante o 33ª encontro, sendo de uma “importância extraordinária quer do ponto de vista geopolítico, quer do ponto de vista diplomático, quer do ponto de vista económico”.

O presidente da AULP referiu que os encontros da organização são “sempre um momento muito intenso de discussão científica à volta dos temas mais prementes, mais candentes da humanidade”, sempre pelo prisma da educação, considerando que é na “aposta na educação que reside a esperança da humanidade, que reside a esperança num mundo menos desigual, mais justo e mais pacífico”.

O reitor da Universidade Federal do Pampa, no Brasil, Roberlaine Ribeiro Jorge considerou que há muitas pesquisas realizadas pelas universidades da AULP, mas defendeu que “o fomento tem que ser maior por parte dos governos e financiadores”.

“Nós temos as universidades, temos todo o corpo de trabalho para colocar em prática todas estas pesquisas, mas eu considero que ainda temos muito mais para oferecer em função das necessidades, não dá para esperar […] o tempo urge, a gente está pronta para trabalhar e precisamos de mais investimentos”, defendeu Roberlaine Ribeiro Jorge.

“Hoje o que se faz não pode ficar restrito à nossa comunidade, temos que trabalhar para a nossa comunidade, mas também para o mundo, para a internacionalização”, acrescentou.

Quanto ao encontro da AULP, que classificou de positivo, sublinhou que foi possível a assinatura de vários “acordos de cooperação, protocolos de intenções” e “as discussões foram muito profundas”.

“Nós temos a língua que nos une, a cultura que nos une, mas nós temos também a pesquisa, o ensino e isso é fundamental. Compartilhar essas experiências só vai trazer crescimento para todos nós”, defendeu o reitor da Universidade Federal do Pampa, no Brasil. 

Participam no 33º encontro da  AULP representantes de reitorias, académicos, investigadores e parceiros dos Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, bem como a universidade de Macau.

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