X BIENAL: CACAU acolhe exposição em homenagem ao fotojornalista Inter Mamata

A abertura da exposição reuniu vários artistas e individualidades, incluindo o primeiro-ministro, Patrice Trovoada que reconheceu a importância do projeto que está a ser promovido no âmbito da décima Bienal transformar a roça Água Izé num espaço turístico cultural.

Cultura -
Rádio Somos Todos Primos

A Casa das Artes, Criação, Ambiente e Utopias (CACAU), acolheu na noite de quinta-feira, 27 de junho, uma exposição de cerca de 22 artistas de diferentes países, em homenagem ao falecido fotojornalista são-tomense, Inter Mamata, no âmbito Décima Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe.

António Amaral Aguiar Afonso, mais conhecido por Inter Mamata, foi fotojornalista da Agência de Notícias da STP-Press durante 32 anos, tendo feito diversas colaborações, incluindo como repórter, para vários órgãos de comunicação social nacionais e internacionais.

Mamata faleceu no dia 03 de janeiro de 2023, aos 63 anos vítima de doença prolongada, em Portugal e foi sepultado no dia cinco do mesmo mês e ano naquele país.

Além de fotógrafo na Agência de Notícias STP-Press, InterMamata foi também repórter colaborador da Rádio Nacional.

Além da homenagem ao Inter Mamama, fotografias e quadros, coloriram as paredes da Casa CACAU na nesta de quinta-feira, num momento que serviu de oportunidade para alguns artistas nacionais e internacionais apresentarem os seus trabalhos.

“Eu avalio essa decima bienal como uma coisa muito importante para nós, porque nós os artistas trabalhamos ao longo dos anos e é necessário [que possamos ter] um encontro com todos os artistas e sobretudo nessa bienal”, disse Osvaldo Reis, artista plástico são-tomense que expôs o seu quadro retratando “o dia a dia” da capital são-tomense.

“[O quadro retrata ainda] o colorir e a movimentação de palaiês, de motoqueiros, e eis a razão que eu me motivei para trabalhar neste tema”, sublinhou o artista.

O artista plástico cabo-verdiano, Amadeo Carvalho não escondeu a sua satisfação, onde aproveitou para apresentar um quadro que retrata “a resiliência da mulher cabo-verdiana”. Uma obra que estará exposta na sua terra natal em Setembro deste ano.

“Isso foi um projeto desafiador. [Esta obra] representa a beleza, o quotidiano e a luta pelos dias melhores [das mulheres cabo-verdianas]”, afirmou o artista plástico cabo-verdiano, Amadeo Carvalho.

A abertura da exposição reuniu vários artistas e individualidades, incluindo o primeiro-ministro, Patrice Trovoada que reconheceu a importância do projeto que está a ser promovido no âmbito da décima Bienal transformar a roça Água Izé num espaço turístico cultural.

“O projeto de Água Izé é para andar, é um projeto de futuro, é um projeto que temos de fazer advocacia para conseguir mais parceiros, porque Água Izé é muita coisa […] então de facto, eu creio que, se conseguirmos fazer esse projeto acontecer, eu acho que vai ser a realização de uma grande esperança, um sonho e de um acreditar”, defendeu Patrice Trovoada.

“Precisamos de facto pensar de outra maneira e de abrimos também à outras realidades que são frutos da criação […] precisamos dessas forças criativas para de facto encontramos o caminho para uma vida melhor e uma felicidade que todos nós merecemos”, disse ainda Patrice Trovoada.

 A X Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe decorre no país até 25 de julho, sob o lema “A (re)descoberta de Nós” – da História ao Património Comum, das Utopias ao Futuro” e conta com a participação de artistas e coletivos de mais de uma dezena de países, nomeadamente de Cabo Verde, Togo, Gabão, RDCongo, França, Portugal, Holanda, Angola, Senegal, São Tomé e Príncipe, Inglaterra e Brasil.

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