“Não temos como afirmar que a saúde tenha sido uma prioridade para o Estado santomense”- Ordem dos Médicos

O bastonário da Ordem dos Médicos de São Tomé e Príncipe considerou que “não é concebível” que nos sucessivos Orçamentos Gerais do Estado (OGE) o “valor atribuído à saúde seja praticamente para manter o que já existe ou então o que vai no papel não se vê na prática”.

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Rádio Somos Todos Primos

A Ordem dos Médicos são-tomense voltou a criticar a falta de investimento no setor da saúde, afirmando que o setor não tem sido prioridade para os sucessivos Governos, por defendeu “um pacto de regime” para aumentar o orçamento da Saúde em mais 10%. No entanto o Governo garante que tem feito o máximo.

O bastonário da Ordem do Médicos de São Tomé e Príncipe (OMED-STP), começou por admitir que “o país teve ganhos no controle das doenças infecciosas e na vacinação tendo por isso bons indicadores na mortalidade infantil e na esperança de vida ao nascer”, mas concluiu que a saúde “tem sido negligenciada” no arquipélago.

“Demagogias e hipocrisias a parte, não temos como afirmar que a saúde tenha sido uma prioridade para o Estado santomense, nem pela maioria da população do país, ao julgar pelos nossos hábitos e comportamento e ações. Há muito a se melhorar, rápida e urgentemente”, disse Celso Matos, que discursava na abertura do sétimo congresso da classe.

“Será que o nosso país não tem meios para oferecer melhor saúde a nossa população ou não temos sabido usar criteriosamente os recursos que nos são disponibilizados em prol do bem coletivo?”, questionou.

O bastonário da Ordem dos Médicos de São Tomé e Príncipe considerou que “não é concebível” que nos sucessivos Orçamentos Gerais do Estado (OGE) o “valor atribuído à saúde seja praticamente para manter o que já existe ou então o que vai no papel não se vê na prática”.

Celso Matos desafiou os deputados e partidos políticos, “a um pacto de regime” na Assembleia Nacional para que nas próximas três legislaturas “a saúde seja a prioridade das prioridades com atribuição de mais 10% do valor do OGE” além dos valores atuais que disse serem de cobertura de despesas correntes.

Considerando que “a saúde é um assunto prioritário e de difícil gestão”, Celso Matos criticou a anexação de outras pastas ao Ministério da Saúde, admitindo que “seria mais sensato dotá-lo de maior capacidade de gestão reforçando a sua estrutura diretiva”, com a criação do cargo de secretário geral para a Saúde, através de concurso público para um mandato aproximado de 6 a 8 anos.

“Isto garantiria a continuidade de muitas ações na área da saúde”, sublinhou, recordando que nos últimos três anos a atual direção da Ordem do Médicos, que cessa funções, teve que lidar com quatro ministros, em dois Governos.

A ministra da Saúde e Direitos da Mulher disse respeitar a visão da OMED-STP, mas assegurou o executivo tem “a saúde como prioridade”, e que apesar da “escassez de recurso financeiro”, o Governo tem dado “todo o máximo” para dar “as respostas aos problemas que aparecem”.

“Tarda essa melhoria, mas nós acreditamos que vamos conseguir mudar a saúde em São Tomé e Príncipe”, disse Ângela Costa.

No sétimo congresso da ordem dos médicos de São Tomé e Príncipe previa-se a eleição do novo bastonário para a classe, mas não houve qualquer candidatura, pelo que a eleição ficou adiada por três meses.

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