O rapper de intervenção PekaGBoom lançou recentemente a nova música, “Tchin Tchin” com um alerta crítico sobre a realidade das comunidades marginalizadas em São Tomé e Príncipe, sublinhando a importância de conscientizar as pessoas sobre os desafios enfrentados atualmente pelo país.
“Tchin Tchin não é uma crítica ao atual governo, é uma crítica a todos aqueles que tiveram o poder de ter uma pasta, de ter São Tomé e Príncipe como responsabilidade para governar e não têm feito bem”, explicou o artista de intervenção social.
Segundo Pekagboom a palavra “Tchin Tchin” vem do brindar quando os políticos chegam ao poder e “esquecem da promessa feita com a nação”.
“Esse brinde que eles fazem quando chegam ao poder, há muitos pais, muitas famílias, crianças, mulheres e homens, que acabam por morrer em seus sonhos, aquilo que desejam para o futuro, eles confiaram em um partido político e depois quando chegam lá esquecem dessa responsabilidade, depois nós temos greves e mais greves, temos problemas e mais problemas e isso acaba por prejudicar-nos a todos até a eles”, ressaltou.
Com a sua abordagem interventiva, o rapper espera que a sua música inspire mudanças e promova um diálogo sobre questões sociais relevantes. Com faixas que vão desde a denúncia de abusos de poder até a celebração da resistência e resiliência, o single é um grito de protesto e esperança.
“Porque já se sente nos são-tomenses [que] nós estamos cansados de andar nesta lengalenga, nesta desorganização total que tem prejudicado bastante um país que nunca teve guerra mão armada, um país que sempre tem apoios a nível internacional e de uma forma enraizada e tem prejudicado bastante e a passividade do povo são-tomense está a chegar ao limite”, desabafou o artista de intervenção social.
O novo single do rapper são-tomense, apela também a reflexão e união do povo são-tomense, para combater os responsáveis pela degradação contínua do arquipélago ao longo da sua independência.
“Eu acredito que o copo já está cheio e os homens que estão na frente da nossa governação, seja ele do partido que for, se não tiver cuidado e começar a fazer as coisas como deve ser haverá consequências graves”, frisou.
Percio Sousa Neves e Silva, conhecido por Pekagboom, nasceu a 5 de Fevereiro de 1985 em Luanda, Angola, mas foi em São Tomé e Príncipe que viveu a sua infância e adolescência.
Com uma paixão incomensurável pelo estilo musical rap, Pekagboom começou a sua trajetória musical em Portugal, no bairro social ” Quinta do Mocho” em 2003, onde formou o grupo Império Suburbano.
Juntamente com outros filhos da emigração africana, Pekagboom é conhecido como um rapper de intervenção, que aborda temas de cariz social e político, normalmente as desigualdades sociais, direitos humanos, corrupção, etc.
Atualmente tem um álbum e uma mixtape editados a solo e várias participações. Com cantores Nacionais e Internacionais. Pekagboom é um dos pilares do grupo Império Suburbano mais atualmente segue a sua carreira a solo, depois de IMPÉRIO SUBURBANO ter lançado em 2007 Álbum “7 minutos para mudança”.
O seu Grupo foi homenageado com a música que dá o título ao álbum pela Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa Portugal.
A primeira Mixtape do Rapper Pekagboom foi lançada em 2010, intitulado Brasa/Parlamento Verbal, mixtape esta que propõe a vida do artista um novo desafio e lhe convidado pelo Programa Escolha para trabalhar como dinamizador comunitário do Bairro Social Quinta Do Mocho.
Em 2016, Pekagboom lançou oficialmente seu primeiro álbum intitulado “Banho Público”, em São Tomé e Príncipe no espaço CACAU. Single do álbum lançado em 2015 “MUALA PLEGIDA” foi nomeado para 2 categorias do STPMUSICAWARDS 2016 como melhor música rap e melhor compositor.
Em 2017 a música “Sem-Abrigo” e Vergonha remix, também foram nomeadas para os STPMUSICAWARDS na categoria Melhor Vídeo clip/Melhor Rap a música (Sem-Abrigo).