IX Bienal inicia e prepara a candidatura do ‘Tchiloli’ para património mundial da Unesco

“Lancei uma provação […] de vestirem a camisola do grande trabalho que se avizinha para a necessidade de construirmos juntos a candidatura do ‘Tchiloli’ a património mundial”, defendeu João Carlos Silva.

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A nona Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe arrancou no dia 25 de junho consolidando a imagem do país como um entreposto cultural da CPLP e formando consensos para a declaração de patrimónios culturais nacionais são-tomenses, bem como para formalização da candidatura do ‘Tchiloli’ a património mundial da UNESCO.

“Não é fácil chegarmos a nona edição de uma bienal num país como o nosso: pobre, com uma economia fraca e onde a lei do mecenato é apenas uma lei morta. Essa bienal “à (re) descoberta de nós” não faria sentido se nós não tocássemos os pontos dos outros”, declarou o coordenador da CACAU e curandeiro da Bienal, João Carlos Silva.

Até o dia 25 de julho a IX Bienal vai levar as manifestações culturais de São Tomé e Príncipe e dos vários países da CPLP para várias partes do país, tendo como um dos objetivos iniciar o movimento para a construção da candidatura do ‘tchiloli’ para património mundial da Unesco.

“Lancei uma provação […] de vestirem a camisola do grande trabalho que se avizinha para a necessidade de construirmos juntos a candidatura do ‘Tchiloli’ a património mundial”, defendeu João Carlos Silva, num desafio lançado ao Presidente da República e demais autoridades presentes na sessão de abertura da nona Bienal.

O presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves abraçou o desafio e anunciou que vai reunir os atores culturais ainda esta semana para dar início ao trabalho de preparação da lei sobre os patrimónios culturais nacionais.

“Da parte que cabe a Assembleia Nacional garanto-vos que iremos convocar um grupo de pessoas sábias na matéria para começar a esboçar a legislação que possa credenciar todas as manifestações como património nacionais”, assegurou Delfim Neves.

O Diretor-geral da Cultura, Guilherme Carvalho considerou a Bienal como “mais um momento de promoção e divulgação da cultura do país”  e saudou o anúncio de se avançar para a criação da lei sobre os patrimónios nacionais.

“Tem que haver um envolvimento institucional […] para nós termos instrumentos para defender e definir o próprio estatuto social das nossas manifestações culturais”, defendeu Guilherme Carvalho.

As autoridades e individualidades presentes no ato, não pouparam elogios ao coordenador da CACAU e curandeiro da Bienal, João Carlos Silva enquanto um dos maiores promotores culturais de São Tomé e Príncipe.

“É uma caminhada muito longa […], mas quando se tem um amigo que sonha, encuba, cria e transmite…acho que é uma concentração muito grande para uma só pessoa, mas é o que eu vejo em ti, João”, disse o Presidente da República.

“Não peço, nem espero outra coisa: continues a ser João porque de facto há tudo aquilo que está feito, que está em curso e que os outros farão através de ti”, acrescentou o chefe de Estado, Carlos Vila Nova que fez abertura oficial da Bienal.

A cerimónia de abertura ficou ainda marcada com declamação de poemas pela conceituada poetisa são-tomense, Conceição Deus Lima e pela apresentação da peça “O riso dos Necrófagos” “ do teatro Griot que teve lotação esgotada no sábado e domingo.

Até 25 de julho as atividades vão decorrer em vários pontos do país, nomeadamente no espaço Cacau, no BBC – A Baya da Bô, Praça Yon Gato, Roça São João, Ilha do Príncipe, entre outros.

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